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ÓDIO AO PECADO, AMOR AO PECADOR - SERMÃO DE 14/07/2024

Atualizado: 13 de jul.




INTRODUÇÃO


Hoje vamos discorrer sobre um tema que é o pior problema da humanidade, quando pensamos em algo ruim, logo vem em nossas mentes: tragédias como terremotos e enchentes como que tivemos no Rio Grande do Sul agora a pouco, na pandemia de alguns anos atrás, nas guerras que destroem tantos lugares e matam tantas pessoas, talvez os governos que não conseguem administrar corretamente as nações, os estados.

Não, esse não é o pior problema da raça humana. O pior problema da raça humana se chama “pecado”.


Vejam! O braço do Senhor não está tão curto que não possa salvar, e o seu ouvido tão surdo que não possa ouvir. Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá. (Isaias 59.1,2)

DEFININDO O TERMO PECADO


O pecado é deixar de atender a Lei Moral de Deus em atos, atitudes e caráter. O pecado não consiste somente em atos isolados, como matar, roubar ou mentir, mas também em atitudes que são contrárias às que Deus requer de nós.

Além de reconhecer o pecado em atos e atitudes, a Bíblia afirma que por causa da queda do homem, nossa própria natureza tornou-se pecaminosa. Isso significa que toda nossa essência é “contaminada” pelo estigma do pecado. Sendo assim, o ser humano não regenerado é pecador por natureza.


Além de pecarmos, somos por natureza pecadores desde a nossa concepção.


ARTIGO 16 (confissão de fé pentecostal reformada)


(Cremos que, pela desobediência de adão, o pecado original se estendeu por todo o gênero humano. Esse pecado é uma depravação de toda a natureza humana e um mal hereditário, com que até as crianças no ventre de suas mães estão contaminadas. É a raiz que produz no homem todo tipo de pecado. Por isso é tão repugnante e abominável diante de Deus que é o suficiente para condenar o gênero humano. Nem pelo batismo o pecado original é totalmente anulado ou destruído, ´porque o pecado sempre jorra dessa depravação como água corrente de uma fonte contaminada).

Vou falar uma coisa que talvez o assuste! Deus odeia o pecado e também o pecador que o comete.


Tu não és um Deus que tenha prazer na injustiça; contigo o mal não pode habitar. Os arrogantes não são aceitos na tua presença; odeias todos os que praticam o mal. (Salmos 5.4,5)

Como vemos, Deus não tem nada em comum com o que é mal e injusto, o Santo e Justo Deus odeia o pecado, e quantas vezes, nós, criados a imagem e semelhança desse mesmo Deus ficamos enamorados com o pecado?

O pecado é um assunto de extrema seriedade. Ele prejudica nossa vida, trazendo dores e consequências destrutivas tanto para quem o comete quanto para quem é afetado pelos erros que cometemos. Ele é errado no sentido mais absoluto da palavra, ou seja, ele é o oposto ao caráter de Deus e a tudo o que Deus considera bom.


Temer ao Senhor é odiar o mal; odeio o orgulho e a arrogância, o mau comportamento e o falar perverso. (Provérbios 8.13)

Odeiem o mal, vocês que amam o Senhor, pois ele protege a vida dos seus fiéis... (Salmos 97.10)

Odeiem o mal, amem o bem; estabeleçam a justiça nos tribunais... (Amós 5.15)

O amor deve ser sincero. Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom. (Romanos 12.9)

Afastem-se de toda forma de mal. (1 tessalonicenses 5.22)

O que esses versículos têm em comum? O princípio comum é que todos aqueles que pertencem a Jesus devem odiar o pecado.

Ninguém pode dizer que ama a Deus e se enamora com o pecado.


Um dos atributos de Deus é Sua santidade. Em Isaías 6.3, o profeta, em sua visão da glória de Deus viu os serafins clamando uns para os outros dizendo que O Senhor dos Exércitos é “…santo, santo, santo…” Deus é santo, ou seja, Ele é separado do pecado e não pode pecar.


Tiago 1.13 declara que “…Deus não pode ser tentado pelo mal…” Deus é um Deus de total e absoluta pureza e sem pecado, e por isso Ele não pode olhar, satisfazer e nem tolerar o pecado.


Assim, qualquer pessoa que realmente diz conhecer a Deus, deve também odiar o mal e o pecado. Na verdade, qualquer pessoa que conhece a Deus desejará crescer em santidade e no temor a Ele.


Se quisermos realmente seguir a Cristo, precisamos aprender a odiar o pecado, pois Jesus foi exaltado acima de tudo.


Jesus tinha um puro amor à justiça e um puro ódio ao pecado.


Mas, a respeito do Filho, diz: “O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de justiça é o cetro do teu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniquidade... (Hebreus 1.8-9)

Se você deseja andar seriamente com Jesus, odeie o pecado.


Quando pensamos em alguns atributos de Deus, como Santidade e justiça, logo nos deparamos com a perfeição do que nós, meros seres humanos, podemos imaginar do que é ser Santo, e quanto a sua justiça, Deus é o padrão absoluto do que é reto e justo, é difícil pra nós, limitados como somos, entendermos a justiça do Deus Todo Poderoso, comparada com a nossa, mas devemos sempre ter em mente que a régua da retidão e justiça é, e sempre será, “Deus”.


Ok, até agora vimos que o pecado é o mal do mundo e do ser humano, que nosso Deus, é um Deus Santo, puro, reto e justo que não tolera nem a mínima porcentagem de pecado, vimos também que nós pecamos e devemos também odiar o pecado, e ainda somos pecadores por natureza, e que Deus odeia tanto o pecado quanto o pecador que o comete.


Como fechar essa conta? Como podemos nos aproximar de Deus? Como podemos ser salvos?


A resposta é simples, porém cheia de significado e importância, é a “graça de Deus”

Graça é um favor ou uma benevolência que não merecemos. Isso significa que a graça de Deus é algo que recebemos sem termos o direito de receber.


Graça é um favor que não foi merecido. Graça é algo bom que é dado, não porque a pessoa que recebe merece, mas porque a pessoa que dá é generosa. Deus nos oferece a salvação de graça.


Quando alguém oferece um presente de graça, significa que quem recebe não tem de pagar pelo presente nem se esforçar por merecê-lo. Graça é um ato de amor incondicional, não depende da pessoa que recebe. A graça revela o bom caráter de quem dá, não de quem recebe.


Essa graça foi entregue a nós, mediante Jesus, o filho de Deus.


Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:16)

Deus mostra Seu amor por nós através da graça. Nós merecemos castigo por causa de nossos pecados, mas Deus nos enviou Jesus para pagar o preço e nos oferecer a salvação, morrendo por nós na cruz do calvário.


Mesmo não fazendo nada para merecer, nós podemos ser libertados do poder do pecado, perdoados do castigo eterno.


A expiação feita por Cristo através de sua morte na cruz, foi o ato onde Ele pagou a penalidade pelos nossos pecados, satisfazendo a justiça de Deus. Isso significa que Jesus tomou sobre si o castigo que nós merecíamos, tornando possível que sejamos reconciliados com Deus, garantindo-lhes perdão e vida eterna para todos aqueles que Ele mesmo escolheu para salvação.


Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. (Romanos 3.25-26)

Na cruz, Jesus satisfez a justiça divina demonstrando o amor de Deus. Amor esse que não temos nem sequer palavras que possam traduzir toda essa gratidão. Ele amou um ser como eu, cheio de sujeiras e carrapichos, um pecador.


Amou a você, que não é muito diferente de mim, uma pessoa com tantas partes e áreas da vida à serem limpas. Amou também a muitos outros, que aos nossos olhos, nunca seriam amados por alguém. O que nos leva a pensar:


Estamos prontos pra recebermos aqui IPR todo tipo de pecador?

Estamos prontos pra aceitarmos como amigos e irmãos pessoas que se vestem diferente de nós?

Irmãos que tem alguns conceitos teológicos diferentes dos nossos?

Entre várias outras coisas...


Se Deus amou um pecador como eu e você, não é capaz de demonstrar essa graça pra mais outras pessoas?


Tiago retrata bem isso em sua carta:


Tiago 2.1-4


1 Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.
2 Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso,
3 e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés,
4 não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos?

E no versículo 9:


9 Se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores.

A igreja deve receber e se relacionar com pessoas sem interesse. Nosso acolhimento precisa ser baseado no amor de Deus que não procura o próprio interesse e, sim, o interesse do outro, lembrando que a régua que nos mede é a régua da justiça de Deus, e diante dela somos todos iguais, pecadores carentes da graça de Deus.


Eu lhes digo que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se. (Lucas 15.7)

Há festa no céu quando um pecador se arrepende. Se os Céus fazem festa com a conversão de um pecador, a igreja precisa se unir aos céus nessa celebração. Assim, celebramos dando glória a Deus, mas também abraçamos e acolhemos o novo irmão para o ajudarmos nos próximos passos na fé em Cristo.


A igreja de Cristo é uma unidade. Nela há ricos e pobres; brancos e negros; homens e mulheres; doutos e indoutos. Quando nos reunimos como igreja, todas as nossas diferenças perdem seu significado porque todos somos um, temos um só pensar, um só sentir, e experimentamos o mesmo amor uns para com os outros. O que nos une, é maior do que o que separa.


Conseguimos ser uma Igreja mais acolhedora quando não mais nos importamos com posições, títulos, nacionalidades, situações sociais, financeiras e aparências. Quando entendemos que em Cristo fazemos unidade com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Veja a oração de Jesus:


“Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: Eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.” (João 17.20-23)

Esse amor de Deus à esses pecadores como nós, nos move a sermos gratos a Deus por essa graça, nos constrange, a buscarmos dia após dia a santidade, e quanto mais avançamos na santificação, mais odiamos o pecado e nos afastamos dele.


Que esse amor nos incentive a vivermos uma vida em conformidade com a vontade de nosso Senhor, nos afastando de todo pecado pois ele ofende a santidade de Deus, e renove em nossos corações a vontade de espalhar esse amor, essa reconciliação com Deus e a nossa redenção para todos aqueles que tiverem ouvidos para ouvir, começando dos mais próximos, em nossas próprias casas se necessário for e até os confins da terra.


Deus nos dê coragem para essa jornada!


Amém.

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