Ontem reassisti o filme “Perdido em Marte”, de Ridley Scott, estrelado pelo ator Matt Damon. Alguns anos após a primeira visualização, a minha experiência nessa segunda vez envolveu o mesmo deslumbramento pela poderosa mensagem de superação radical que o filme promove, embasando a tese de que o homem é capaz de se adaptar a ambientes hostis se souber fazer uso das ferramentas certas para garantir a sua sobrevivência. Por estar vivendo um período da vida turbulento e com muita ebulição na profissão e no ministério, o filme foi como um bálsamo ao meu coração. Antes de continuar, deixa eu te explicar um negócio.
A teologia reformada enfatiza um princípio teológico chamado “graça comum”, no qual reconhecemos que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, do Pai das luzes, onde não há mudança e nem variação” (Tg 1.17). Acreditamos que Deus não deixou todos os dons de sua graça disponível apenas para o seu povo eleito, mas que expressões da bondade divina podem surgir nas culturas, no desenvolvimento tecnológico, nas artes, a fim de favorecer a raça humana, enquanto o calendário divino caminha para a sua consumação. Por isso, cristãos reformados não tem dificuldades em conviver com a cultura onde estão inseridos, uma vez que reconhecem traços da graça de Deus no mundo onde estão inseridos e se esforçam para redimir cada aspecto da sociedade.
E o que ficou para mim da mensagem do filme é a necessidade que temos de sobreviver, enquanto habitamos um mundo hostil e tendo em vista a realidade da morte iminente. Sem dar spoilers, o filme trata da necessidade de o personagem sobreviver em Marte o tempo que for necessário até que possa ser resgatado. Ele precisa respeitar os limites impostos pelo planeta e ele precisará usar todo o seu conhecimento científico para ficar vivo.
Isso remete à jornada do cristão: vivemos em um mundo hostil, temos limites bíblicos que devem ser obedecidos para permanecermos na fé e é nossa tarefa “sobreviver” até que o resgate chegue (a morte ou a vinda do Filho do Homem). Entregar-se não é uma opção! Precisamos estar vivos e frutíferos na presença de Jesus Cristo. Ele quer nos encontrar servindo na ocasião de sua vida.
Eu sei que talvez você esteja hoje sofrendo e gemendo, sentindo na carne o peso do discipulado. Mas fique vivo meu irmão! O resgate está a caminho! E quando Ele vier, estaremos pra sempre com Ele.
Que Ele nos abençoe!
Pastor Sérgio Fernandes
Pastor Titular da IPR
Muito boa a reflexão, também assisti o filme, realmente muita resiliência e superação,vale para o cristão não se conformar com este mundo, somos peregrinos aleluia!