Seja em encontros casuais, conversas informais ou mera observação no convívio virtual, tenho percebido um esfriamento generalizado entre o povo cristão. É triste de se ver: conversas vãs, falas desesperançosas, falta de perspectivas e de direção. O povo que outrora mencionava sua alegria e satisfação em Deus parece estar atônito, desorientado, tentando se encontrar em um ano que certamente carregaremos na memória, o 2020 dos escândalos, dos desastres e da pandemia do coronavírus.
O que ocorre, de fato? Podemos conjecturar entre dezenas de hipóteses, mas o que me parece é que a pandemia do coronavírus colocou à prova a veracidade de nossa fé e o quanto somos dependentes dos mecanismos administrativos e litúrgicos que nos foram impostos. Sem cultos regulares, muitos membros de igrejas se viram em situação difícil porque o único fragmento cristão que possuíam eram a frequência nas reuniões de adoração. Sem possibilidade de executar tarefas na igreja, a devoção de muitos se mostrou defeituosa e um mero ativismo religioso. Junte isso ao fato de que boa parte da cosmovisão evangélica brasileira é derivada dos excessos do neopentecostalismo, ficou difícil conciliar “o Deus que cura” com “o Deus que permite uma pandemia dessa magnitude”. Quando a glória de Deus não é o objetivo de uma comunidade ou de um cristão em particular (1 Co 10.31), qualquer sopro de tribulação é o suficiente para fazer o edifício mal edificado desmoronar (Mc 4.17).
Infelizmente, boa parte da comunidade evangélica brasileira se envaideceu com números, a qualidade dos seus templos e a grandiosidade de seus eventos, mas se esqueceu do principal: formar discípulos maduros, enraizados na Escritura e no evangelho da graça de Deus. Celebramos as centenas de pessoas que chegam pela porta da frente de nossos templos e ignoramos os milhares que saem pelas portas dos fundos. Esse pragmatismo imbecil tem mantido as igrejas cheias de pessoas vazias, que aparentam ser uma grande multidão, mas que infelizmente não exercem nenhuma relevância entre os assuntos eternos. Que Deus tenha misericórdia de cada um de nós!
E, como pastor, quero lhe perguntar: “por que você parou”? Sua fé não foi capaz de suportar nem sequer uma pequena fagulha do julgamento divino? É tempo de voltar! De se arrepender genuinamente, de renunciar a idolatria do “deus gênio da lâmpada” e se voltar com todas as forças ao Soberano Senhor, Juíz de toda a terra, que convoca as nações ao arrependimento e que não perdeu o controle dos assuntos humanos, pelo contrário, continua ativo, executando seu plano de redenção para redimir pessoas de toda raça, tribo e nação, trazendo-as do império das trevas para o reino do Seu amado filho Jesus.
A fé que nos foi revelada é uma fé que vai além da morte (1 Co 15.19)! Cristo morreu para nos perdoar e ressuscitou para nossa justificação! Nosso lar não é aqui! Ele avisou que teríamos aflições no mundo (Jo 16.33), mas recomendou bom ânimo aos seus discípulos. Esse momento é uma oportunidade de termos nossa fé refinada, e nossos valores fortalecidos, para mostrarmos ao mundo o poder do evangelho da graça de Deus. Saia mais forte dessa tribulação! Cristo está conosco! Que o amor do Salvador nos constranja e nos leve além! Essa é aminha expectativa pessoal e, ao mesmo tempo, o meu desejo por você!
Pastor Sérgio Fernandes Pastor Titular da IPR
---------------------------------- Se você precisa de apoio, de orações, de uma palavra amiga, de uma comunidade que lhe acolha nesse momento de tribulação, venha conhecer e visitar a Igreja Pentecostal Reformada. Somos uma comunidade simples, focada no ensino bíblico relevante, na formação espiritual de nossos membros e no resgate das verdades da reforma protestante para sermos uma igreja viva, cristocêntrica, focada no evangelho e socialmente relevante. Será uma alegria estar ladeado com você e, juntos, buscarmos viver com intensidade para glorificar o Deus que nos resgatou! Nos reunimos às quartas (19h30) e aos domingos (9h30). Será uma alegria imensa ter você conosco em uma de nossas reuniões! Que Ele te abençoe!
Commentaires