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Permanecei Firmes - Sermão de 24/07/2021

Atualizado: 11 de fev. de 2023

Pastor Daniel Andrade



Quanto a nós, não podemos deixar de dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor. Somos sempre gratos porque Deus vos escolheu desde o principio] a receber a salvação por meio do Espírito que os torna santos e pela fé na verdade. Ele os chamou para a salvação quando lhes anunciamos as boas-novas; agora vocês podem participar da glória de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, irmãos, tendo em mente todas essas coisas, permaneçam firmes e apeguem-se às tradições que lhes transmitimos, seja pessoalmente, seja por carta.Que o próprio Jesus Cristo, nosso Senhor, e Deus, nosso Pai, que nos amou e pela graça nos deu eterno conforto e maravilhosa esperança, os animem e os fortaleçam em tudo de bom que vocês fizerem e disserem.

2 Tessalonicenses 2:13 a 17



Introdução

No último dia, o joio será separado do trigo, os bodes serão separados das ovelhas e aqueles que seguiram as pegadas do anticristo sofrerão penalidade de eterna destruição, enquanto os seguidores do Cordeiro entrarão na posse do Reino e reinarão com Cristo para sempre. O contraste no dia final entre os seguidores do anticristo e os seguidores de Cristo não deixará qualquer sombra de dúvida. Ficará claro o destino daqueles que são do Senhor e daqueles que foram enganados e seduzidos naquele dia só haverá dois destinos: salvação eterna ou condenação eterna.




A origem da salvação (2.13)

Depois de apresentar a corrupção temporal e a condenação eterna dos seguidores do anticristo, o apóstolo Paulo revela a santificação temporal e a salvação eterna dos eleitos de Deus. Enquanto aqueles que não acolheram a verdade para serem salvos, antes deram crédito à mentira e se deleitaram na injustiça, são destinados à perdição eterna, os eleitos de Deus, por sua vez, pela fé na verdade e santificação do Espírito são destinados à glória.


Mas somos obrigados a agradecer : confirma que eles não podem cair sobre o mesmo precipício que o mundo, mas por essa comparação ele exalta mais a graça de Deus em relação a eles, nisso, enquanto eles veem quase o mundo inteiro apressado para a morte ao mesmo tempo, como se por uma tempestade violenta, eles são, pela mão de Deus, mantidos em uma condição de vida tranquila e segura.

chama de amados do Senhor , por esse motivo, para que possam considerar melhor que a única razão pela qual estão isentos da derrubada quase universal do mundo , foi porque Deus exercitou em relação a eles amor imerecido.

A eleição divina e soberana é uma doutrina gloriosa. Vamos destacar alguns pontos:

A eleição é uma verdade revelada e não uma especulação teológica.

A doutrina da eleição não é uma especulação humana, mas uma revelação divina (Jo 15.16; 17.8; At 13.48; Rm 8.29,30; 9.11,12; 11.7; Cl 3.12; Tt 1.1; 1Pe 1.2).

Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda (Jo 15.16).

Podemos rejeitá-la, mas não tirá-la da Bíblia. É perigoso envolver-se em especulações inúteis acerca da soberania de Deus e da responsabilidade humana, uma vez que ambas são ensinadas nas Escrituras. Elas são como duas linhas que caminham paralelas até a eternidade. A verdade incontestável das Escrituras é que Deus nos escolheu a nós e não nós a Ele (Jo 15.16). Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem nos amou primeiro (1Jo 4.10 e 19). Tudo provém de Deus (2Co 5.18). A salvação pertence a Deus (Jn 2.9).

A doutrina da eleição está presente nos pais da Igreja, na doutrina dos reformadores, nos credos e confissões reformadas. Ela foi crida, pregada e defendida pelos pais da Igreja, pelos mártires, pelos missionários e avivalistas. Charles Spurgeon, falando da veracidade de gloriosa doutrina.

A eleição é uma decisão eterna de Deus e não uma escolha temporal do homem

13 ... porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação


Foi Deus quem nos escolheu para a salvação e isso desde toda a eternidade. Ele nos amou, com amor eterno e nos atraiu para Si com cordas de amor (Jr 31.3). A Bíblia diz que Deus nos escolheu desde o princípio para a salvação (2 Ts 2.13). Charles Spurgeon, o maior pregador do século 19, afirma que enquanto não recuarmos até o tempo em que o universo inteiro dormia na mente de Deus, como algo que ainda não havia nascido, enquanto não penetrarmos na eternidade, onde Deus, o Criador, vivia solitário, quando tudo ainda dormia dentro Dele, quando a criação inteira repousava em Deus.


Deus nos escolheu antes dos tempos eternos (2Tm 1.9).

que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos (2 Tm 1.9)

Ele nos elegeu em Cristo antes da fundação do mundo (Ef 1.4). Howard Marshall diz que a expressão "desde o princípio" tem o efeito de colocar o ato da eleição em associação com o propósito de Deus para o mundo antes da criação (Ef 1.4). E se Deus fez Seu plano há tanto tempo, é impossível que esse plano seja alterado. Isso dava aos crentes uma base sólida para a segurança deles.

assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele (Ef 1.4).

Nem sequer podemos jamais começar a buscar a Deus sem que Deus nos haja encontrado. Toda a iniciativa está em Deus; o fundamento e a causa motora de tudo é o amor de Deus que busca o pecador e não um merecimento humano.

Deus não nos escolheu porque merecíamos ser salvos, mas apesar de sermos pecadores. Não fomos salvos por causa da nossa justiça, mas por causa da Sua misericórdia.

Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. (Rm 5.8).

Deus não nos escolheu porque previu que iríamos crer em Cristo. A fé não é a causa da nossa eleição, mas o seu resultado. Não fomos eleitos porque cremos; cremos porque fomos eleitos. A fé não é a mãe da eleição, mas sua filha. A Bíblia diz: "[...] e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (At 13.48).

Não diz o texto que os que creram foram eleitos, mas, sim, que os eleitos creram.

Deus não nos escolheu por causa das nossas boas obras, mas para as boas obras. Nós fomos criados em Cristo para as boas obras e não por causa delas (Ef 2.10).


As boas obras não são a causa da eleição, mas sua conseqüência.


Deus não nos escolheu por causa da nossa santidade, mas para sermos santos (Ef 1.4). Deus não nos escolheu por sermos parecidos com Jesus, mas para sermos conformes à imagem Dele (Rm 8.29). A causa da eleição divina está no próprio Deus e nunca em nós. A graça é o solo onde está plantada a semente bendita da eleição, e graça é um dom imerecido!


A eleição divina é pessoal e não coletiva.



A eleição para a salvação não é coletiva, mas individual; não é nacional, mas pessoal. Deus não escolheu nações para a salvação, mas indivíduos. Deus nos escolheu pessoalmente, individualmente. Não há salvação em grupo nem em massa. A salvação é individual. O pai não pode representar o filho nem o filho o pai. A porta do céu é estreita e o caminho é apertado. Jesus foi enfático:

"se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (Jo 3.3)
"Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus" (Jo 3.5).

A eleição divina é para a salvação e não apenas para um privilégio especial

Equivocam-se aqueles que pensam que a eleição divina é apenas para algum privilégio, serviço ou ministério. J. P. Gloag quando disse eleição divina não é para privilégios eclesiásticos que a ou nacionais, mas para a salvação. Deus nos escolheu para a salvação (2 Ts 2.13).


Somos salvos do pecado e da morte. A finalidade da nossa fé é a salvação da nossa alma (1Pe 1.9).

A vida eterna é um presente de Deus e não um merecimento nosso. Entraremos na glória por causa da graça e não por causa do nosso esforço ou trabalho. Não trabalhamos para sermos salvos, mas porque fomos salvos. Não servimos para sermos aceitos, mas porque já fomos aceitos. Não somos salvos por causa da santificação, mas pela santificação e fé na verdade. A santificação não é a causa da salvação, mas, sim, o meio.


A eleição não estimula o relaxamento moral, mas é confirmada pela santificação do Espírito e fé na verdade.


Aqueles que rejeitam a doutrina da eleição porque dizem que ela estimula o relaxamento moral tapam os olhos à verdade revelada de Deus, pois esta diz que "Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade".

Duas verdades são aqui destacadas pelo apóstolo Paulo:

A santificação do Espírito (2 Ts 2.13).

Não há salvação sem a santificação do Espírito (1Pe 1.2).

A única prova de que uma pessoa é eleita é sua santificação, pois fomos eleitos para sermos santos (Ef 1.4). Deus nos salvou do pecado e não no pecado. Deus nos escolheu para sermos santos e não para vivermos na prática da iniquidade.


Charles Spurgeon alerta para o fato de que milhares e milhares de pessoas têm arruinado a si mesmas por haverem compreendido erroneamente a doutrina da eleição.


Essas pessoas se julgam eleitas e salvas, mas ao mesmo tempo vivem na prática da iniqüidade. Assim, elas transformam a verdade de Deus em mentira e aquilo que é o mais nutritivo pão do céu no veneno mais letal. Essas pessoas têm dito:

"Deus me escolheu para ir para o céu e para receber a vida eterna". E, no entanto, elas têm se esquecido de que está escrito que Deus nos escolheu " pela santificação do Espírito e fé na verdade" (2.13). Essa é a autêntica eleição divina - a eleição para a santificação e para a fé. Deus escolhe o Seu povo para que seja cristão e santo.!


A fé na verdade (2 Ts 2.13). A verdade, aqui, é naturalmente, a revelação divina contida no evangelho, Não há salvação sem fé em Cristo. Ele é a verdade (Jo 14.6).

Não há outra salvação além daquela revelada na Escritura. A Palavra é a verdade (Jo 17.17). que o apóstolo Paulo está fazendo um contraste aqui entre os eleitos de Deus que crêem na verdade com os seguidores do homem da iniquidade que deram crédito à mentira. Enquanto aqueles que perecem vão crer nas mentiras de Satanás e seguir o anticristo, os crentes vão sempre colocar sua confiança na Palavra de Deus.

Refutando aqueles que gostam de especular sobre a doutrina da eleição, Charles Spurgeon afirma que qualquer pessoa que confia na verdade de Deus e que confia em Jesus Cristo é uma pessoa eleita. Uma pessoa que confia na sua eleição, mas vive na incredulidade, comete um engano fatal.


"à santificação do Espírito" temos a parte divina na salvação e com respeito "à fé na verdade", a parte humana. Os dois aspectos são necessários. Soberania de Deus na salvação não anula a responsabilidade humana, mesmo quando nós não alcançamos como as duas coisas podem se reconciliar. Concordo quando Paulo fala que a fé tem relacionamento com a responsabilidade humana.


Paulo não ensina o sinergismo, ou seja, que o homem pode cooperar com Deus na salvação. A salvação é uma obra exclusiva de Deus, pois até mesmo a fé é um dom de Deus (Ef 2.9) e é o próprio Deus quem opera em nós tanto o querer quanto o realizar (Fp 2.13). Contudo, Deus ordena o homem a arrepender-se e crer.


George Barlow diz que ao mesmo tempo em que a fé é um dom de Deus, é também, um ato humano. Sem o dom de Deus não haveria fé e sem o exercício humano do dom não haveria salvação. Não é a fé que salva, mas o Cristo recebido pela fé.

O propósito da salvação v.14


No versículo 14, Paulo revela o propósito para o qual fomos eleitos: alcançarmos a glória de Cristo. Duas verdades são aqui destacadas:

Deus nos chama para a salvação pelo Evangelho (2.14).


Deus nos escolhe para a salvação na eternidade, mas nos chama para a salvação pelo evangelho no tempo. Esse chamado eficaz acontece quando a pessoa escuta a Palavra e crê na verdade. Paulo chama o evangelho de Cristo de "Nosso" evangelho. O apóstolo estava tão comprometido com a verdade de Deus que essa era a sua verdade, o seu evangelho. Não há outro evangelho além deste que lhe foi revelado (Gl 1.6-9).

Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. (Gl 1.8).

Deus chama Seus eleitos pelo evangelho (Jo 17.20). A fé que não é de todos (2 Ts 3.2), mas dos eleitos (Tt 1.1) vem por ouvir a Palavra (Rm 10.17).

O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê (Rm 1.16).

O mesmo Deus que determinou o fim (a salvação) também determinou o meio para alcançar esse fim (mediante o evangelho). Todos os que são eleitos na eternidade são eficazmente chamados pelo evangelho (Jo 6.37; Rm 8.30).

Howard Marshall corretamente afirma que a predestinação por Deus leva à chamada e à glorificação final do Seu povo. Assim, longe da doutrina da eleição ser um desestímulo à evangelização, ela é um encorajamento para a sua realização.

O maior estímulo para o evangelismo é saber que Deus preparou certas pessoas para responderem à Sua Palavra. O Senhor encorajou Paulo em Corinto, com essas palavras: " Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade" (At 18.9,10). A eleição e a pregação do evangelho seguem-se de perto (1Ts 1.4,5; 2.13).


2. Deus nos chama para a salvação para alcançarmos a glória de Cristo.


O propósito final da salvação é que os eleitos de Deus alcancem a glória de Cristo. O que começou na eternidade passada chega a seu apogeu na eternidade futura (Jo 17.24; Rm 8.29,30). O que começa com a graça sempre conduz à glória. Entraremos na glória e teremos um corpo de glória semelhante ao corpo de Cristo (Fp 3.21). Estaremos não apenas no céu, mas assentados em tronos (Ap 4.4). Estaremos não apenas no paraíso, mas na Casa do Pai (Jo 14.1-3).

Estaremos não apenas nos deleitando no Jardim restaurado de Deus, onde não haverá lágrimas, nem dor, nem luto, mas também reinando com Cristo pelos séculos dos séculos.


William MacDonald resume os versículos 13 e 14, dizendo que temos aqui um sistema de teologia em miniatura, um maravilhoso sumário do propósito de Deus na vida do Seu povo. A salvação origina-se na escolha divina, é operada pelo poder divino, é conhecida eficazmente pela mensagem divina e irá ser aperfeiçoada na glória divina.

O dever da salvação v.15

O apóstolo Paulo falou aos tessalonicenses sobre a rebelião futura contra a verdade (2Tess 2.3), a grande apostasia liderada pelo homem da ilegalidade, o anticristo. Agora, mostra a necessidade dos eleitos de Deus ficarem firmes na verdade. Os que foram escolhidos por Deus na eternidade, chamados pelo evangelho para alcançarem a glória de Cristo, devem viver neste mundo sem vacilar. O chamado cristão é uma convocação para a luta.


Vida cristã não é um parque de diversões nem uma colônia de férias. Somos chamados não apenas para o maior de todos os privilégios, mas também para a maior de todas as lutas.


Duas verdades solenes são destacadas por Paulo:


1.Os eleitos de Deus devem permanecer firmes até o fim (2.15). A eleição não é uma licença para pecar, mas um encorajamento para vivermos plantados firmemente no solo da graça. A garantia da salvação não é um desestímulo à santificação, mas um apelo à firmeza. O salvo é alguém que permanece firme. Ele é fiel até à morte (Ap 2.10). Ele não se afasta da verdade do evangelho (1Co 16.13; Cl 1.23).


2. Os eleitos de Deus devem guardar as tradições recebidas (2.15). Ao usar o termo "tradições", Paulo não se refere às ideias religiosas criadas por seres humanos e sem fundamento bíblico. Jesus rejeitou as tradições religiosas dos escribas e fariseus (Mc 7.1-13), e Paulo adverte contra essas mesmas tradições humanas (Cl 2.8). É triste ver religiosos se apegarem a tradições humanas .

Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; (Cl 2.8)

Precisamos distinguir tradição de tradicionalismo. A tradição é a fé viva dos pais que morreram enquanto o tradicionalismo é a fé morta dos que estão vivos.

Os fariseus consideravam suas interpretações da lei tão sagradas quanto a Palavra de Deus (Mc 7.7-9) e com suas tradições fizeram errar o povo.


A Igreja Romana coloca sua tradição, seus escritos eclesiásticos, no mesmo nível e até acima das Escrituras. Isso é um perigoso engano.


É importante destacar que a palavra grega parádosis, traduzida por “tradição", refere-se, aqui, ao ensino do apóstolo. são os ensinamentos autorizados que foram transmitidos à Igreja (1Co 11.2; Gl 1.14; CI 2.8).


A tradição oral (2.15). Paulo havia ensinado muitas coisas à igreja de Tessalônica que não estava escrito em suas duas cartas aos tessalonicenses. Suas pregações aos tessalonicenses, entretanto, foram certamente consoantes ao ensino geral das Escrituras.

A tradição oral não é algo contraposto à Escritura, distinto e até em oposição à Escritura, mas o ensino verbal da Escritura. a tradição a que Paulo se refere aqui se trata das palavras pregadas por ele, Silas e Timóteo quando estavam entre os tessalonicenses e mais tarde, quando Timóteo os visitou.


A tradição escrita (2.15). Paulo agora, se refere à tradição escrita, ou seja, sua primeira carta enviada à igreja. Observe que Paulo não está recomendando à igreja qualquer epístola, mas sua epístola. Devemos rejeitar outra regra de fé e prática além da própria Bíblia. Ao mesmo tempo em que não podemos mudar a Palavra, não devemos também embalsamá-la. Essa Palavra é viva. Ela é como uma semente que colocada no solo produz a planta, frutos e mais sementes.


Os frutos da salvação (2.16,17)


Depois de falar sobre a origem da salvação, abordando a eleição divina; depois de destacar o propósito da salvação, ou seja, alcançarmos a glória de Cristo; depois de reafirmar a necessidade dos salvos permanecerem firmes e guardarem a Palavra; finalmente, Paulo ora pelos crentes e trata sobre os frutos da salvação. Quatro verdades benditas são destacadas pelo apóstolo:


Os salvos recebem o amor do Pai e do Filho (2.16). Os eleitos não apenas são destinados à salvação para alcançarem a glória, mas eles são objetos do amor de Deus. A fonte da salvação está no amor eterno, imutável, e insondável de Deus (Jo 3.16; Rm 5.8). Deus não precisava ter nos criado nem mesmo criado o universo para ser completo em si mesmo. Deus deleitava-se na comunhão eterna que desfrutava entre as três Pessoas da Trindade antes que houvesse sequer uma estrela no firmamento. Porém, Deus livre e soberanamente, movido por amor, decretou nos criar à Sua imagem e semelhança e nos escolher em Cristo para a salvação. Isso é um ato de pura graça. Isso é amor inefável!

Os salvos recebem eterna consolação (2.16,17). Os salvos não apenas recebem consolação de suas angústias e tribulações nesta vida, mas também receberão uma consolação eterna, pois dos seus olhos serão enxugadas todas as lágrimas (Ap 21.4). Mesmo que os salvos sejam neste mundo odiados, perseguidos e mortos, o que lhes espera na eternidade é uma eterna consolação.

William Barclay diz que o cristão é alguém que pode considerar a luta e a aflição como algo muito pequeno em comparação com a glória que virá. William Hendriksen entende que o ânimo não visa apenas à presente vida.

Ele será comunicado igualmente no dia do juízo final. De fato, ainda que o conforto ou consolação para amainar o sofrimento não se faz necessário no céu - o mundo de infindável deleite - nem será outorgado ali, não obstante ainda lá Deus em Cristo injetará nos remidos um ânimo eterno, ao comunicar-lhes glória e mais glória.


Os salvos recebem boa esperança (2.16). A esperança do ímpio é vazia. Para o perverso não tem paz. Sua riqueza não pode lhe dar esperança. Seu poder se tornará inútil no dia final. Sua vida sem Cristo será vã, sua religião sem Cristo será vã e sua esperança vazia. Porém, aqueles que foram escolhidos, chamados e destinados para a glória terão uma esperança boa, viva, e segura. Aqueles que esperam em Deus jamais serão envergonhados.

William Hendriksen acrescenta que a boa esperança de que Paulo fala é uma esperança que é bem fundamentada, ou seja, está arraigada nas promessas de Deus e na obra redentora de Cristo. Ela está cheia de deleite, e jamais termina em decepção, visto que tem o Deus trino como seu alvo.

Os salvos são consolados pela graça e confirmados em toda boa obra e boa palavra (2.17).

O apóstolo Paulo faz um duplo pedido a Deus a favor dos crentes: que eles sejam encorajados e confirmados em toda boa obra e boa palavra. Encorajamento (1Ts 2.11; 3.2; 4.1,10,18; 5.11,18) e confirmação (1Ts 3.2,13) foram ensinos enfáticos de Paulo à igreja dos tessalonicenses.


Paulo demonstrou preocupação com dois aspectos da vida cristã dos tessalonicenses: sua palavra e suas obras; o que diziam e o que faziam. Se as atitudes não são coerentes com as palavras, o testemunho perde a eficácia. O "agir" e o "falar" devem estar em concordância; as boas obras e as boas palavras devem estar em harmonia.

Não somos salvos pelas obras (Ef 2.8-10; Tt 3.3-7), mas as boas obras dão prova da salvação (Tt 2.11-15). Devemos ser confirmados em nossas palavras e em nossas obras.


Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens,Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente,Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo;O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.Fala disto, e exorta e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze. Tito 2:11-15

Matthew Henry diz que Cristo deve ser glorificado por nossas boas obras e por nossas boas palavras.

William MacDonald escreve que a verdade em nossos lábios não é suficiente, ela deve ser notória também em nossa vida. Assim, devemos mostrar ao mundo tanto as palavras quanto as obras, tanto a doutrina quanto o dever, tanto a pregação quanto a prática.

Conclusão


Pela graça que você é consolado, pela graça que você fica firme.

Mas de que maneira você é consolado, e você fica firme em toda a boa palavra?

Em toda boa obra e falta querendo dizer para a igreja?

Paulo está querendo dizer para a igreja que não basta apenas falar.É preciso fazer, não basta ter apenas um bonito discurso, É preciso ter uma prática correspondente, não basta apenas ter conceitos certos, é preciso ter vida,Não basta apenas ter boa doutrina, é preciso ter vida Sintonizada com essa doutrina.

Não basta apenas verdade em nossos lábios, é preciso que esta verdade seja notória em nossa vida.

Assim, devemos mostrar ao mundo tanto as palavras, como as obras, tanto a doutrina como o dever, tanta pregação como a prática.


Pastor Daniel andrade

Pastor Adjunto da IPR



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