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O Deus santificador - Sermão de 31/03/2024

Atualizado: 1 de abr.





Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova, sem fermento, o que de fato são. Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. Por isso, celebremos a festa não com o velho pão, fermentado com maldade e perversidade, mas com o novo pão da sinceridade e da verdade, sem nenhum fermento. 1 Coríntios 5.7,8


Introdução


Hoje, toda a cristandade celebra a Páscoa, uma ocasião em que nos recordamos da triunfante ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.


É verdade que muitos de nós irão desfrutar também de ovos de chocolate, mas a verdadeira essência da Páscoa não se trata disso.


A Páscoa não trata de coelhos, mas sim de um Cordeiro.


Neste momento de reflexão, gostaria de explorar alguns textos bíblicos que demonstram como essa época nos desafia a adotar uma nova postura diante da ressurreição de Jesus. Se Ele é a nossa Páscoa e nós, perante Ele, somos como uma nova massa, que tipo de vida Ele espera que vivamos?






UMA FESTA DE LIBERTAÇÃO


A Páscoa judaica, ou Pesach em hebraico, é uma das festas mais importantes do calendário judaico. Anualmente, ela é celebrada para comemorar a libertação dos filhos de Israel da escravidão no Egito, conforme narrado no livro de Êxodo na Bíblia.


Deus ordenou a Moisés que tirasse o povo do Egito e julgou essa nação com dez terríveis flagelos. O último deles foi a morte dos primogênitos. Antes de enviá-lo, o Senhor instituiu a refeição de Páscoa, como um sinal de que, finalmente, a nação seria liberta da escravidão.


Anunciem a toda a comunidade de Israel que, no décimo dia deste mês, cada família escolherá um cordeiro ou um cabrito para fazer um sacrifício, um animal para cada casa. A família que for pequena demais para comer um animal inteiro deverá compartilhá-lo com outra família da vizinhança. O animal será dividido de acordo com o número de pessoas e a quantidade que cada um puder comer. O animal escolhido deverá ser um cordeiro ou um cabrito de um ano, sem defeito algum. Ex 12.3-5

Porém, antes de sua libertação, cada família israelita sacrificou um animal e marcou os umbrais de suas portas com o seu sangue. Esse sinal de sangue impediria que o Senhor ferisse com morte o primogênito daquela casa.


Em seguida, Moisés mandou chamar todos os líderes de Israel e lhes disse: “Vão, escolham um cordeiro ou um cabrito para cada família e sacrifiquem o animal para a Páscoa. Deixem o sangue escorrer para uma vasilha. Tomem um feixe de ramos de hissopo e molhem-no com o sangue. Usando o hissopo, passem o sangue nos batentes laterais e no alto da porta das casas. Ninguém saia de casa até o amanhecer, pois o Senhor passará pela terra para ferir mortalmente os egípcios. Mas, quando ele vir o sangue nas laterais e no alto da porta, passará por sobre aquela casa. Não permitirá que o anjo da morte entre em suas casas para matar vocês. Ex 12.21-23

Após o sacrifício do cordeiro, o povo de Israel celebrava uma refeição festiva, comendo o animal assado junto com pães sem fermento e ervas amargas, simbolizando a pressa da partida do Egito e a liberdade conquistada.


Essa era a Páscoa do Senhor, a maior celebração da nação de Israel.


“Estas são as instruções para quando fizerem a refeição. Estejam vestidos para a viagem, de sandálias nos pés e cajado na mão. Façam a refeição apressadamente, pois é a Páscoa do Senhor. Ex 12.11


UMA FESTA DE SEPARAÇÃO


Um aspecto frequentemente negligenciado na lembrança dos cristãos sobre a Páscoa é o que ocorria após a refeição.


O mesmo Deus que ordenou a celebração da Páscoa também instituiu a festa dos pães asmos, também conhecida como festa dos pães sem fermento.


A ordem para celebrar a Festa dos Pães Asmos é encontrada no contexto da narrativa do Êxodo.


Após os israelitas serem libertos da escravidão no Egito, eles partiram às pressas e não tiveram tempo para fermentar o pão.


Portanto, comer pão sem fermento (matzá) durante sete dias foi uma instrução dada por Deus para lembrá-los da urgência da partida do Egito.


Durante sete dias, comerão pão sem fermento. No primeiro dia da festa, removerão das casas qualquer mínima quantidade de fermento. Quem comer pão com fermento durante algum dos sete dias da festa será eliminado do meio de Israel. Ex 12.15

Essa festa possuía um poderoso sentido simbólico para os israelitas.


Enquanto a Páscoa os lembrava de sua condição de escravos e da libertação da opressão, a festa dos pães asmos os recordava de que, agora, deveriam viver como pessoas livres, separadas para Deus, com santidade e devoção.


O pão sem fermento (matzá) é, biblicamente, um símbolo de santidade. O fermento, na Bíblia, é associado ao pecado e à corrupção.


Foi esse o significado que Paulo atribuiu quando exortou os cristãos de Corinto a celebrarem a Nova Páscoa com uma atitude santa e devotada ao Senhor.


Não é nada bom se orgulharem disso. Não percebem que esse pecado é como um pouco de fermento que leveda toda a massa? 1 Co 5.6


UMA FESTA DE RESSURREIÇÃO



O Nosso Senhor Jesus Cristo é a realidade por trás da Páscoa e da Festa dos Pães Asmos. Muito antes de Sua morte na cruz, Jesus já havia sido apontado como o Cordeiro de Deus.


No dia seguinte, João viu Jesus caminhando em sua direção e disse: “Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! João 1.29.

João Batista, profeticamente, associou a figura de Jesus com as duas festas. Para ele, Jesus é o Cordeiro Pascal que será sacrificado para libertar o povo e também é aquele que expurgará de suas vidas todo o pecado.


Jesus morreu na sexta-feira à tarde (Lc 23.54) e ressuscitou no domingo de manhã (Jo 20.1). Com sua ressurreição, inicia-se uma nova era de salvação e libertação.


A Igreja não celebra a Páscoa judaica, mas a nova Páscoa em Cristo, a realidade da graça salvadora que nos libertou da escravidão para vivermos em novidade de vida.


Logo, todo aquele que está em Cristo se tornou nova criação. A velha vida acabou, e uma nova vida teve início! 2 Coríntios 5.17


UMA FESTA DE SANTIFICAÇÃO



A Páscoa e a Festa dos Pães Asmos israelita era celebrada uma vez ao ano. A do cristão, é celebrada diariamente, porque Cristo, nosso Cordeiro Pascal, já foi sacrificado por nós e agora, ele nos chama para vivermos separados do pecado, até que Ele venha.


Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova, sem fermento, o que de fato são. Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. 1 Co 5.7

Paulo conclama os cristãos a viverem como uma massa nova, sem fermento. Todos nós vivemos à sombra do sacrifício pascal de Jesus Cristo e agora, na era da igreja, vivemos a contínua festa dos pães asmos, que nos impele a retirarmos todo o fermento de nossa vida.


A Igreja não é uma sociedade remendada. É uma nova criação, criada em Cristo Jesus para as boas obras (Ef 2.10). É a noiva santa do Cordeiro, que deve viver sem rugas, nem máculas (Ef 5.27).


O Cordeiro não morreu para te fazer próspero, fitness e socialmente bem resolvido. Qualquer pessoa que pregar isso está pervertendo o sentido da morte de Cristo e da nossa religião.


Cristo para morreu para nos libertar do efeito devastador do pecado.


(...) e de Jesus Cristo. Ele é a testemunha fiel destas coisas, o primeiro a ressuscitar dos mortos e o governante de todos os reis da terra. Toda a glória seja àquele que nos ama e nos libertou de nossos pecados por meio de seu sangue. Ap 1.5

Assim como Israel precisava aprender a viver como um povo livre, a Igreja é ordenada por Deus a viver acima da escravidão do pecado.


Pois somos obra-prima de Deus, criados em Cristo Jesus a fim de realizar as boas obras que ele de antemão planejou para nós. Efésios 2.10

Assim o fez para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, ruga ou qualquer outro defeito, mas santa e sem culpa. Efesios 5.27

Não pode haver pecado em nossa vida. Pecamos, porque vivemos, mas não vivemos pecando. O mal, que caracteriza os homens desse mundo foi tirado de nossas vidas pelo sangue vertido na cruz!


Como podemos trazer de volta o fermento que Cristo já retirou de nós? Era o que alguns membros da Igreja de Corinto estavam fazendo.


Por isso, celebremos a festa não com o velho pão, fermentado com maldade e perversidade, mas com o novo pão da sinceridade e da verdade, sem nenhum fermento. 1 Corintios 5.8

A festa (a nova vida em Cristo), segundo Paulo, não poderia ser celebrada com pão velho, fermentado com maldade e perversidade. Aqueles que passaram pela cruz de Cristo foram crucificados com Ele. A velha vida morreu!


A maldade aqui vem do grego 'kakia', e tem o sentido de prejudicar e injuriar o próximo. A ética do cristão é a ética da caridade. Não somos autorizados a fazer nada ao próximo sem amor. Na fé cristã não há espaço para ódio, violência, injustiça, impurezas sexuais diversas. A maldade sempre me levará a pecar contra o amor. E quando faço isso, estou me rebelando contra o mandamento de Deus, que é amor.


A perversidade aqui vem do grego 'poneria' e tem o sentido de praticar o mal com insistência e prazer.


Essa é a marca solene daqueles que não temem a Deus e não se importam com o zelo da glória do Senhor.


Pecadores obstinados, mentirosos, hipócritas, incapazes de devolver em amor da graça que receberam.


Pães velhos não passaram pela cruz. Pães velhos não entrarão no Reino dos Céus.


Quando seguem os desejos da natureza humana, os resultados são extremamente claros: imoralidade sexual, impureza, sensualidade, idolatria, feitiçaria, hostilidade, discórdias, ciúmes, acessos de raiva, ambições egoístas, dissensões, divisões, inveja, bebedeiras, festanças desregradas e outros pecados semelhantes. Repito o que disse antes: quem pratica essas coisas não herdará o reino de Deus. Gl 5.19-21

A Igreja de Jesus Cristo é uma massa nova. Nós celebramos a Páscoa com os pães da sinceridade e da verdade.


Sinceridade, do grego 'elikrineias', traz um sentido da pureza de um coração completamente sincero diante de Deus. A vida cristã é transparente, sem hipocrisia, sem meias verdades, com total dependência e integridade diante de Deus. Não é uma vida perfeita (ainda), mas é uma vida dedicada e responsável.


Lembre-se, Deus não aceita 'meio sacrifício', Rm 12.1,2.


'Verdade' é a concordância com a revelação de Deus, expressa na Bíblia. Israel deixou o Egito e recebeu a Lei. A Igreja deixou o mundo e recebeu a graça, a vida no Espírito que nos capacita a obedecermos a Deus em amor leal.


Pois, pelo batismo, morremos e fomos sepultados com Cristo. E, assim como ele foi ressuscitado dos mortos pelo poder glorioso do Pai, agora nós também podemos viver uma nova vida. Romanos 6.4


CONCLUSÃO


Assim como a Páscoa fez de Israel uma nação livre, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo introduziu cada membro da Igreja em uma nova esfera de relacionamento com Deus.


Nosso Senhor não apenas nos libertou da culpa do pecado, como também trabalha ativamente, pelo Espírito, para nos libertar do poder do pecado.


Por isso, não ignore as severas advertências bíblicas sobre uma vida de rebeldia aos justos caminhos de Deus.


Aos amigos não cristãos aqui presentes, devo adverti-los que Nosso Senhor morreu na cruz, ressuscitou, voltou aos céus e voltará um dia para julgar os vivos e os mortos. E somente aqueles que foram lavados no seu sangue herdarão a vida eterna.


As palavras partiram o coração dos que ouviam, e eles perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, o que devemos fazer?”. Pedro respondeu: “Vocês devem se arrepender, e cada um deve ser batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão de seus pecados. Então receberão a dádiva do Espírito Santo. Atos 2.38

Aos irmãos de fé aqui presentes, lembrem-se de que as advertências bíblicas contra o pecado não são enfeites na Bíblia, mas a lembrança de que Deus zela pela Sua honra. Se você vive uma vida flagrante de desobediência a Deus, mergulhado no pecado, você ainda é um pão velho, está debaixo da ira de Deus e deve urgentemente se arrepender e cair aos pés de Jesus.


Esforcem-se para viver em paz com todos e procurem ter uma vida santa, sem a qual ninguém verá o Senhor. Hb 12.14

Só houve salvação no passado se existe santificação no presente!


A Páscoa é um lembrete que servimos um Deus Santificador.



Pastor Sérgio Fernandes

Pastor Titular da IPR

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댓글 1개


Não ignore as severas advertências bíblicas sobre uma vida de rebeldia aos justos caminhos de Deus. (O homem ama a desobediência).

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