Nação Santa - Sermão de 18/02/2024
- diegopaula
- 15 de fev. de 2024
- 9 min de leitura
Atualizado: 21 de fev. de 2024

INTRODUÇÃO
Neste mês, estamos estudando a respeito da natureza da Igreja de Jesus Cristo pela perspectiva do apóstolo Pedro. A sua visão do povo de Deus, apresentada em sua primeira carta, amplifica a nossa compreensão de quem nós somos e de qual o propósito que o Senhor reservou para sua igreja. Pedro ressalta algumas definições sobre a natureza da igreja, que são:
Geração eleita, a qual o Pr. Sérgio nos apresentou em sua ministração de dois domingos atrás.
Sacerdócio real, que foi a exposição do Nosso irmão Emerson, semana passada.
E hoje, vamos falar um pouco sobre Nação Santa.
Êxodo 19:5-6,
“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar (propriedade exclusiva) dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa.”
Pedro afirma a mesma coisa em sua carta:
1 Pedro 2:9
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”
Para entendermos melhor o que Pedro quer comunicar, voltemos no tempo, lá na criação. Deus criou o primeiro casal com uma missão: como portadores da imagem de Deus, eles deveriam espalhar e cultivar essa imagem em toda a criação.
Deus também deu ao homem a possibilidade de cair desse estado. O homem caiu em pecado, e, a partir de então, a história segue em dois caminhos paralelos: pessoas que seguem o caminho da justiça e pessoas que não seguem.
Da mesma maneira, Deus separa para si um povo ao decorrer da história, de modo que, a partir desse povo, todas as famílias da Terra sejam abençoadas.
A princípio, Deus escolheu uma linhagem marcada pelo sangue, pelo povo judeu. Contudo, este tipo de linhagem não seria definitivo, como ficou evidente após a vinda e a morte de Jesus.
O nosso Senhor Jesus, a partir de então, comissionou um povo para pregar o Evangelho. E essas boas novas, onde quer que for pregado, a qualquer povo, tribo ou língua que venha a alcançar, é o meio pelo qual Deus constitui seu povo, a Nação Santa, resgatando pessoas de todas as famílias da Terra.
Este é um pequeno resumo da história da redenção. Essa história ainda não terminou, nós fazemos parte dessa história, todas as pessoas do planeta fazem parte, seja como “pagãos” (palavra que o Ap. Pedro usou em 1 Pe. 2.12 “vivam entre os Pagãos de maneira exemplar”) ou Nação Santa.
Qual definição de nação?
1. Conjunto de pessoas que habitam o mesmo território, ligadas por afinidades culturais, linguísticas religião etc..., seguem os mesmos costumes e obedecem às mesmas leis.
Aqueles que vivem em uma nação tem uma nacionalidade:
Nacionalidade é a nação a qual você pertence. No mundo existem diversas nacionalidades: brasileiros, americanos, chineses, franceses, entre outras infinidades.
Independente de qual país nós tenhamos nascido, como cristãos, sabemos que a nossa verdadeira nação não é esta terra, mas aquela espiritual que Deus tem preparado para o seu povo eleito.
E como vimos na definição de nação, as pessoas que nela habitam tem muitas características em comum.
Características dos indivíduos da nação Santa:
- São bons cidadãos.
1 Pedro 2.12-17 “Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, mesmo que eles o acusem de praticarem o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção. Por causa do Senhor, sujeitem-se a toda autoridade constituída entre os homens; seja ao rei como autoridade suprema, seja aos governantes, como por ele enviados para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem. Pois é da vontade de Deus que praticando o bem, vocês silenciem a ignorância dos insensatos. Vivam como pessoas livres, mas não usem da liberdade como desculpa para fazerem o mal; vivam como servos de Deus. Tratem a todos com o devido respeito: amem os irmãos, temam a Deus e honrem ao rei.”
O bom cidadão é um exemplo para a sociedade; ele cumpre as normas e as leis, cuida dos espaços públicos, não polui o ambiente... respeita as regras de Transito... respeita os outros e é gentil, respeita os bens e propriedades alheias, evita a violência, paga seus impostos e suas obrigações e por aí vai.
Mas o mais importante é que como Cristãos, nós levamos a imagem de Cristo em nossas vidas, e isso por si só já é motivo suficiente, para termos um pesar enorme em fazer algo ruim ou errado quanto a sociedade, porque não levamos a imagem de qualquer pessoa, mas a de Deus. Lembre-se somos imitadores de Jesus Cristo
Salmos 37.23 “os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e deleita-se no seu caminho”
- Sofrem por seguir a Cristo.
1 Pedro 3.13-18 “quem há de maltrata-los, se vocês forem zelosos na pratica do bem? Todavia mesmo que venha a sofrer porque praticam a justiça, vocês serão felizes. “Não temam aquilo que eles temem, não fiquem amedrontados.” Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calunias. É melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus, do que por fazer o mal. Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espirito.”
Enfrentamos o sofrimento pessoal e também pela fé em Jesus. É verdade que em nosso país temos toda a liberdade para expressar a nossa fé. Podemos sair pelas ruas pregando o Evangelho sem sermos impedidos, presos por isso. Infelizmente, em muitos países, não há esse grau de liberdade. Muitos homens, mulheres e crianças, servos de Cristo, estão sofrendo perseguições, as mais terríveis.
As notícias estão aí, para comprovar o que digo. Ouvimos e lemos acerca de irmãos que estão sendo mortos mundo afora. No norte do Iraque, cristãos foram perseguidos, assolados e mortos. Nos países onde o povo vive debaixo da bandeira do islamismo, não há liberdade. Há cada minuto, irmãos nossos estão sendo torturados e mortos por não negarem a Jesus.
Mas nós que vivemos com toda a liberdade (e por causa disso, muitas vezes) encontramos tantas pessoas totalmente descompromissadas com a fé, pessoas que não entendem o que é ser cristão.
Quando lemos: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor”.
Precisamos entender de uma vez por todas que Jesus precisa ser o nosso Senhor, não é Ele que tem que fazer a nossa vontade, mas somos nós que temos que fazer a vontade dele, que é boa, perfeita e agradável.
O apóstolo Paulo diz assim em 2 Coríntios 12.10: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”.
A percepção de Paulo sobre a verdadeira natureza dos seus sofrimentos capacitava-o para vê-los como razões para se alegrar. Ele sabia que, por meio deles, o poder de Cristo estava trabalhando.
Quando dificuldades destroem a autoconfiança normal dos crentes, eles precisam confiar mais em Cristo, que dá a eles força além da medida.
O próprio Jesus, que não tinha cometido um pecado sequer, sofreu mais do que podemos imaginar. O soberano Deus se humilhou, o Criador tomou a forma da criatura. Jesus Cristo se tornou servo, aquele que veio para servir, serviu a todos. Foi à cruz, sofreu blasfêmias, escárnio, rejeição, enfim, desceu ao nível mais baixo tendo a morte de cruz, mas a recompensa foi maior e mais sublime, Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, o nome de Senhor.
- Vivem para fazer a vontade de Deus.
1 Pedro 4.2 “Para que no tempo que lhe resta, não viva mais para satisfazer os maus desejos humanos, mas sim para fazer a vontade de Deus”
Uma coisa muito importante a se falar é que nossa vida não é separada em departamentos, (familiar, religiosa, profissional, escolar e até espiritual) mas, sim É um todo. Onde em qualquer uma dessas áreas, devemos ter o mesmo comportamento e em todas devemos agir segundo a vontade de Deus.
Buscando em primeiro lugar o Seu reino: andando, falando e fazendo segundo os valores do reino. Não é apenas com louvor, leitura da palavra e oração como alguns pensam, isso é muito importante sim, mas, também nas atitudes, de como vivemos, falamos e fazemos qualquer coisa, a cada minuto de nossas vidas.
Na Bíblia, está revelada toda a vontade de Deus para cada uma das áreas de nossas vidas. Ela é a fonte mais confiável de todas e é onde podemos ouvir a voz de Deus, pois ela foi inspirada pelo Espírito Santo e não por ideias humanas.
2 Timóteo 3.16 “Toda escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para repreensão, para a correção e para instrução na justiça.
A Bíblia diz que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Mas, para experimentá-la precisamos renovar a nossa mente com a Sua Palavra.
Romanos 12.2 “Não se amoldem ao padrão desse mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Devemos agir conforme as sagradas escrituras nos ensinam. Por isso, Pedro, em sua carta, expressa como é andar segundo a vontade de Deus:
1 Pedro 4.7-11 “O fim de todas as coisas está próximo. Portanto, sejam criteriosos e sóbrios; dediquem-se à oração. Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados. Sejam mutuamente hospitaleiros, sem reclamação. Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas. Se alguém fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o sempre. Amém.”
Conclusão
Até aqui nós conseguimos entender um pouco mais sobre como é um cidadão da Nação Santa:
- Vimos que ele é um bom Cidadão e um verdadeiro exemplo para a sociedade.
- Vimos que eles não se importam em sofrer por seguir a Cristo, porque através das dificuldades aprendemos a confiar mais em Deus. É Ele quem nos dá forças para estarmos de pé, dia após dia.
- Também vimos que eles vivem pra fazer a vontade de Deus, buscando em primeiro lugar o reino de Deus.
Porém, nem todos fazem parte dessa nação santa!
Deus é amor, mas também é justiça. Mesmo nossas melhores obras de amor e de justiça não são suficientes para satisfazer a justiça divina. Não há perfeição em nós, nossas obras são maculadas pelo pecado. Nós precisamos que Deus nos livre dessa condição para praticarmos as obras de amor e justiça que Ele espera de nós! E isso só é possível quando somos tocados pelo amor e pela justiça de Seu Filho.
Disse Jesus: Mt 7.22,23. “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”
Muitos usam a Bíblia e falam em nome de Deus e de Jesus, mas paralelamente, praticam iniquidades, e iniquidade é pecado; logo, não estão fazendo a vontade do Pai; e quem não faz a vontade do Pai, não entrará no seu Reino. Assim disse o Senhor Jesus:
Mt. 7.21 “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”.
O apóstolo Paulo escreveu aos irmãos da igreja da Galácia e à todos os cristãos, que os injustos e os que praticam iniquidades, não herdarão o Reino:
Gl. 5.19-21 “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus”
O apostolo deixa bem claro quem não faz parte do reino de Deus. Existe uma diferença enorme entre quem é Nação Santa e quem não é.
Aquele que faz parte dessa nação santa, é aquele que crê de todo o seu coração que o único que pode salva-lo neste mundo cheio de pecado, cheio de sofrimento e do inferno é Jesus Cristo, o autor e consumador da nossa fé, que sofreu e morreu por mim e por você, para que nossos pecados fossem perdoados, levando sobre si, o peso dos nossos pecados, Ele também ressuscitou para nossa justificação, nos declarando justos diante de Deus, Ele fez tudo isso sem eu e nem você merecer. Que amor é esse? A ponto de dar sua vida em favor de quem não merece nada!
E nós que somos Nação Santa temos certeza que Deus nos comprou pelo sangue vertido de Jesus na cruz. Cientes que agora não mais pertencemos a nós mesmos, mas sim a Deus. Possamos viver nesse mundo como as sagradas escrituras nos deixa estabelecido lá em Tito 2.11-13
“Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo.”
Amém.