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Legalismo e Liberdade




A religião evangélica brasileira tem fortes influências do puritanismo do século XVI e dos movimentos de santidade norte-americanos do final do século XIX. Por isso, é natural que em alguns destes segmentos o legalismo seja facilmente confundido com santificação.

Tanto o puritanismo quanto os movimentos de santidade enfatizavam normas de conduta mais rígidas que aquelas que o cristianismo histórico recomendou e prescreveu. O resultado natural disso foi a demonização da cultura em suas várias expressões. A instrução simples de Cristo que afirmou que “aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama” (Jo 14.21) são substituídos por pautas de costumes regionais e locais. Amar a Deus e ao próximo não basta! Você precisa acrescentar uma quantidade enorme de “não faça isso” para que as pessoas sintam que estão, de fato, consagradas ao Senhor.

O resultado disso é funesto: uma geração inteira de cristãos que acreditam que fazem a vontade de Deus porque, por exemplo, não consomem uma taça de vinho, mas que interiormente são invejosos, idólatras e sem afeto ao seu semelhante. Este legalismo divide o Corpo de Cristo, fere a unidade em comunidades locais, rotula crentes de uma forma que a Bíblia não nos autoriza a fazer, e tudo isso “em nome de Deus”.

Obviamente, todo o cuidado com a sensibilidade dos irmãos a temas sensíveis deve ser incentivado e respeitado, mas isso nunca deve ser uma armadilha para fortalecermos mentalidades legalistas que tentam nos escravizar nos velhos rudimentos deste mundo. A plenitude está em Cristo e nEle já estamos completos (Cl 2.8-10).

O fato é que, convenhamos, o legalismo funciona: quando pessoas deixam de fazer algumas coisas simplórias “em nome de Deus”, como não usar determinados tipos de roupa, não jogar ou fumar, não beber ou assistir determinadas programações, eles sentem no íntimo aquele “orgulho” de estar fazendo a coisa certa e quando notam alguém que não segue as mesmas regras, esse pequeno orgulho “urge” com as famosas frases: “isso não é coisa de crente”, “Deus não vai se agradar de você” e outras tantas. A gente passa a se sentir bem por não ser “tão pecador” quanto o nosso irmão. Essa é a alma do legalismo e por isso que abraçamos essa maldita crença todas as vezes que perdemos o evangelho de vista.

Para cristãos que desejam seguir o cristianismo histórico, vivendo suas vidas para a glória de Deus e exercendo sua liberdade em Cristo com responsabilidade, estejam prontos para serem rotulados de todas as formas por esses religiosos sem alma que querem ser aplaudidos por sua suposta santidade. Mas permaneçam firmes na fé! Cristo é para nós sabedoria, justiça, santidade e redenção (1 Co 1.30). Nele estamos completos, por Ele chegaremos ao céu e somente nele poderemos nos gloriar até que findem nossos dias (vv.31)!

Que Deus nos guarde desses “xiitas” e “xaatos” que vivem para “espiar” nossa liberdade de Cristo!




Que Ele nos abençoe!


Pastor Sérgio Fernandes

Pastor Titular da IPR

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