Uma das principais perguntas bíblicas é “de que maneira um homem pode ser justo na presença de Deus?” (Jó 25.4). Toda a Escritura foi escrita para responder pergunta, apontando a Cristo, sua morte e ressurreição como o meio pelo qual Deus perdoa pecados e justifica pecadores. Deus credita a justiça de Cristo (sua vida perfeita) na conta do pecador que, arrependido, crê nele para a salvação (Rm 3.20-31). Deus nos aceita em sua presença porque contempla em nós a justiça de Cristo e a sua relação conosco baseia-se nessa justiça imerecida, que é creditada em nós pela fé (Rm 5.1).
Infelizmente, boa parte dos evangélicos brasileiros não entendem o drama do evangelho e se achegaram a nossas fileiras sem compreensão alguma de que são pecadores e que não podem se aproximar de um Deus Santo à parte da obra de Cristo. Para eles, tornar-se evangélico significa adotar novos comportamentos que, aos seus olhos, os tornam aceitáveis diante de Deus. Por isso, muitos deles emulam comportamentos tidos como cristãos sem nunca terem se arrependido dos seus pecados e sem terem nascido de novo. Entraram na igreja local mas estão fora do reino de Deus (Jo 3.5,6). Você pode frequentar uma igreja cristã, vestir-se e comportar-se como cristão e ainda ser um morto em delitos e pecados (Ef 2.1).
É claro que ao lerem isso, surgirá aquela clássica pergunta: “ora, nosso comportamento não é importante?”. É, mas há uma ênfase distinta entre cristãos bíblicos e evangélicos brasileiros. Para cristãos bíblicos, o bom comportamento é o resultado da justificação e a evidência de um coração transformado. Deus nos aceita por causa de Cristo e esse amor que recebemos nos leva a praticarmos obras de justiça (Ef 2.8-10). Para o evangélico brasileiro, contudo, o bom comportamento é a causa da salvação. Eles são salvos porque se comportam direito e com isso, posicionam-se como legalistas sem ao menos perceber isso (Gl 2.16).
Pastor Sérgio Fernandes
Pastor Titular da IPR
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