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José - Sermão de 06/11/2022

Atualizado: 14 de nov. de 2022




"José é uma árvore frutífera, árvore frutífera à beira de uma fonte, cujos galhos passam por cima do muro. Com rancor arqueiros o atacaram, atirando-lhe flechas com hostilidade. Mas o seu arco permaneceu firme, os seus braços fortes, ágeis para atirar, pela mão do Poderoso de Jacó, pelo nome do Pastor, a Rocha de Israel, pelo Deus de seu pai, que ajuda você, o Todo-poderoso, que o abençoa com bênçãos dos altos céus, bênçãos das profundezas, bênçãos da fertilidade e da fartura. As bênçãos de seu pai são superiores às bênçãos dos montes antigos, às delícias das colinas eternas. Que todas essas bênçãos repousem sobre a cabeça de José, sobre a fronte daquele que foi separado de entre os seus irmãos. Gênesis 49:22-26


Introdução


Todas as vezes que me sento com o meu sogro para conversar, ele em algum momento da conversa me fará a seguinte pergunta: "Sérgio, eu não consigo entender o motivo de Deus ter me escolhido". A minha resposta é sempre a mesma: qualquer cristão bíblico terá a mesma dúvida no coração. Como um Deus Santo pode escolher pecadores para salvá-los e torná-los membros de Sua família? Que graça soberana e maravilhosa é essa graça de Cristo. Essa pergunta ecoa desde os primórdios entre aqueles que são chamados à uma vida piedosa: por que Deus escolhe instrumentos imperfeitos como nós para fazer parte do seu plano eterno de redenção?


Nesta manhã, farei a mensagem introdutória à vida de um personagem muito amado pelos leitores da Bíblia. Se você é cristão há algum tempo, a vida de José de alguma forma foi lhe apresentada como um encorajamento à resiliência e a perseverança. Contudo, nessa reflexão matutina, não pretendo utilizar a vida desse rapaz como um manual de auto ajuda para você sair da cisterna e chegar ao palácio, algo que os pregadores normalmente fazem (e que fere gravemente a interpretação bíblica desse texto). Vamos tentar olhar com um pouco mais de profundidade a Escritura e, com isso, entendermos que a história de José é apenas um fragmento da grande história da redenção que está sendo contada desde Gênesis 1. Vamos lá!





Uma breve recapitulação necessária



A partir de Gênesis 37, inicia-se uma nova sessão neste livro, onde seremos apresentados a um personagem por nome José, talvez um dos mais queridos do Antigo Testamento. Contudo, os fatos narrados aqui ainda se tratam da continuidade da história de Jacó (Gn 37.2). Perceba que o próprio texto bíblico deixa isso explícito aos seus leitores.



Este é o relato de Jacó e sua família. Quando José tinha 17 anos, cuidava dos rebanhos de seu pai. Trabalhava com seus meios-irmãos, os filhos de Bila e Zilpa, mulheres de seu pai, e contava para seu pai algumas das coisas erradas que seus irmãos faziam. Gênesis 37:2


Após uma longa jornada de fé ao lado de Deus, comparável a de Abraão, seu avô, Jacó agora acompanha a história de seus filhos e observa a graça soberana elegendo um deles para uma preciosa missão: preservar a descendência prometida em meio a um tempo de grande crise mundial, fazendo a ponte para que Israel se estabelecesse no Egito e, com isso, cumprisse as promesas feitas à Abraão de que a nação seria escravizada e depois libertada com braço forte.


Então o Senhor disse a Abrão: "Esteja certo de que seus descendentes serão forasteiros em terra alheia, onde sofrerão opressão como escravos por quatrocentos anos. Mas eu castigarei a nação que os escravizar e, por fim, eles sairão de lá com grande riqueza. Gênesis 15:13,14

Todos os fatos que se seguirão até Gênesis 50 se tratarão do cumprimento dessa promessa. Nem José é o ator principal e nem Jacó o coadjuvante. Deus permanece regendo cuidadosamente o curso da história a fim de cumprir o plano que Ele na eternidade estabeleceu. Deus é um Deus de Palavra.



A RIVALIDADE ENTRE OS IRMÃOS



Gênesis é um livro sobre famílias. As relações familiares fizeram parte de cada capítulo lido até o momento e as rivalidades que existem entre irmãos foram o pano de fundo para muitos dos acontecimentos. Aqui não será diferente. Na grande família de Jacó, os irmãos rapidamente criaram uma rivalidade com José.


As rivalidades não acontecem sem gatilhos. Vários fatores tornaram o rapaz um para-ráio para intrigas. Vejamos algumas delas:


  • Ele informava ao pai sobre os erros dos seus irmãos, Gn 37.2;

  • Além disso, Jacó claramente demonstrava amor maior por ele, Gn 37.3;

  • Seu pai sinalizou seu desejo de que José assumisse o governo familiar dando-lhe uma túnica de cores, Gn 37.3,4;

  • E, por fim, José recebeu de Deus dois sonhos que identificavam a futura liderança que ele exerceria, Gn 37.5,9;


Jacó amava José mais que a qualquer outro de seus filhos, pois José havia nascido quando Jacó era idoso. Por isso, certo dia Jacó encomendou um presente especial para José: uma linda túnica. Os irmãos de José, por sua vez, o odiavam, pois o pai deles o amava mais que a todos os outros filhos. Não eram capazes de lhe dizer uma única palavra amigável. Certa noite, José teve um sonho e, quando o contou a seus irmãos, eles o odiaram ainda mais. "Ouçam este sonho que tive", disse ele. "Estávamos no campo, amarrando feixes de trigo. De repente, meu feixe se levantou e ficou em pé, e seus feixes se juntaram ao redor do meu e se curvaram diante dele!". Seus irmãos responderam: "Você imagina que será nosso rei? Pensa mesmo que nos governará?". E o odiaram ainda mais por causa de seus sonhos e da maneira como os contava. Pouco tempo depois, José teve outro sonho e, mais uma vez, contou-o a seus irmãos. "Ouçam, tive outro sonho", disse ele. "O sol, a lua e onze estrelas se curvavam diante de mim!", Gênesis 37:3-9

O próprio Jacó, por um momento, enfureceu-se com o segundo sonho de José (Gn 37.10). Parecia uma loucura que o rapaz pudesse ser colocado em uma posição de tamanha autoridade perante os demais.


Contudo, à luz da Escritura, ele parece ter apaziguado suas emoções com a lembrança de que ele próprio era fruto da decisão soberana de Deus, que escolhe a quem quer para cumprir seus planos.


Quando o contou ao pai e aos irmãos, o pai o repreendeu e lhe disse: "Que sonho foi esse que você teve? Será que eu, sua mãe, e seus irmãos viremos a nos curvar até o chão diante de você? ". Assim seus irmãos tiveram ciúmes dele; o pai, no entanto, refletia naquilo. Gênesis 37:10,11

A primeira aplicação que entendo ser pertinente nesse texto em estudo é o vasto histórico que o povo de Deus tem de rejeitar aqueles que o Senhor levanta para salvá-los. José seria usado pelo Senhor para livrá-los da morte, mas eles o trataram com um ninguém. Foi assim também com Moisés, que foi rejeitado pelo povo e com o próprio Cristo, que foi rejeitado pela nação.


"Os patriarcas, tendo inveja de José, venderam-no como escravo para o Egito. Mas Deus estava com ele, Atos 7:9

Ao saírem da presença do faraó, encontraram-se com Moisés e Arão, que estavam à espera deles, e lhes disseram: "O Senhor os examine e os julgue! Vocês atraíram o ódio do faraó e dos seus conselheiros sobre nós, e lhes puseram nas mãos uma espada para que nos matem". Êxodo 5:20,21

Por isso, quero deixar alguns rápidos conselhos que devem gerar em nós uma reflexão sincera sobre o tema proposto:


  • Temos lidado com prudência com os diversos conselhos e instruções que são dados culto após culto para vivermos uma fé viva, radiante e sem o peso da ditadura das tradições? Ou preferimos ficar presos no cativeiro da religião?

  • Temos tratado com carinho aqueles que Deus tem levantado para proclamar a verdade libertadora do evangelho a fim de vivermos uma vida santa, ou ainda preferimos as mentiras dos contadores de sonhos, visões e revelações?

  • Lembre-se: o povo de Deus tem histórico em rejeitar quem Deus levanta para libertá-los. Por favor, não seja mais um número nessa estatística. Valorize o fazer parte de uma igreja bíblica.



DEUS FALA POR SONHOS?



Os sonhos de José são uma parte importante dessa sessão do livro. Os irmãos dele eram capazes de suportar o fato de José falar mal deles para o seu pai. Eles eram capazes de suportar a túnica de cores que ele usava. Mas eles foram incapazes de conviver com os sonhos que o Senhor deu ao rapaz. É claro que esse tema suscita muitos questionamentos, principalmente entre aqueles que, como nós, defendem a continuidade histórica dos dons carismáticos no seio da igreja. Por isso, dedicarei alguns minutos para formular o assunto e, com essa exposição, apresentar o nosso posicionamento oficial sobre o assunto.


A Bíblia demonstra em diversas passagens que Deus utilizou-se de sonhos para falar e cumprir seus propósitos. Podemos nos recordar dos sonhos Jacó (Gn 28.12), de Labão (Gn 31.24), do próprio José, de Faraó (Gn 40.8), de Nabudonosor (Dn 2.6), do profeta Daniel (Dn 7.1), a Salomão (1 Rs 3.5), de José, pai de Jesus (Mt 2.19), dos magos do oriente (Mt 2.12), e outros ainda.


Como parte da experiência da efusão do Espírito, é prometido que sonhos e visões fariam parte do derramento de Deus aos homens.


"E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões. Joel 2:28

Contudo, é muito importante recordarmos que Deus repreendeu o seu povo diversas vezes por confiar em falsos profetas contadores de sonhos. Existem tantas passagens sobre o risco de seguir sonhos que eu demoraria um dia para ler todas elas. Mas vou referenciar a que considero mais importante.


Se aparecer entre vocês um profeta ou alguém que faz predições por meio de sonhos e lhes anunciar um sinal miraculoso ou um prodígio, e se o sinal ou prodígio de que ele falou acontecer, e ele disser: "Vamos seguir outros deuses que vocês não conhecem e vamos adorá-los", não dêem ouvidos às palavras daquele profeta ou sonhador. O Senhor, o seu Deus, está pondo vocês à prova para ver se o amam de todo o coração e de toda a alma. Sigam somente o Senhor, o seu Deus, e temam a ele somente. Cumpram os seus mandamentos e obedeçam-lhe; sirvam-no e apeguem-se a ele. Deuteronômio 13:1-4

Além disso, a revelação de Deus completou-se completamente em Jesus Cristo (Hb 1.1,2).

Não há nada de novo a ser revelado sobre Deus a homem algum. Não existem "novas revelações". O que Deus quis nos comunicar já foi comunicado e selado.



Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. Hebreus 1:1,2


Quando alguém chegar a você e disser: "Deus me deu uma nova revelação" lembre-se que muitos reformadores foram mortos defendendo o "somente a Escritura" e não dê ouvidos à charlatões. A maior parte das seitas e heresias nasceu de homens e mulheres que alegam ter tido sonhos e visões que os forçaram a reinterpretar as verdades bíblicas a seu bel prazer.


Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. 1 João 4:1

Isso não significa, contudo, que pontualmente, em situações muito específicas, Deus não possa comunicar algo a um cristão por esse meio. Não podemos limitar o Senhor em uma caixinha do que Ele pode ou não fazer, desde que isso não comprometa o que Ele revelou que faria à luz das Sagradas Escrituras. Contudo, um sonho nunca será canônico, nunca gerará doutrina e nunca alterará aspecto nenhum do cristianismo bíblico e histórico.


Eu já tive diversas experiências com Deus nesse sentido, mas foram questões pessoais, particulares e não canônicas. Estão limitadas no âmbito da minha devoção ao Senhor e não faço delas vitrine para defender meus posicionamentos. A Bíblia é e sempre será suficiente. Essa é a fé da Igreja de Jesus.


Das muitas ocupações brotam sonhos; do muito falar nasce a prosa vã do tolo. Eclesiastes 5:3


TRAÍDO PELOS IRMÃOS



A Escritura afirma que José foi vítima de uma terrível artimanha dos seus irmãos. Já não podendo conter o ódio e a inveja, eles aguardavam o dia em que se livrariam da ameaça. A ocasião perfeita aconteceu quando Jacó pede que José vá até os irmãos e verifique o que eles estavam fazendo.


Disse-lhe o pai: "Vá ver se está tudo bem com os seus irmãos e com os rebanhos, e traga-me notícias". Jacó o enviou quando estava no vale de Hebrom. Mas José se perdeu quando se aproximava de Siquém; Gênesis 37:14

Quando seus irmãos o viram, de longe, articularam a respeito do que fariam com ele. A intenção de alguns deles era assassiná-lo. Tamanha era a inveja do rapaz que eles tramaram contra o próprio sangue. Alguém se lembra de Caim e de Esaú?


Mas eles o viram de longe e, antes que chegasse, planejaram matá-lo. "Lá vem aquele sonhador! ", diziam uns aos outros. "É agora! Vamos matá-lo e jogá-lo num destes poços, e diremos que um animal selvagem o devorou. Veremos então o que será dos seus sonhos". Gênesis 37:18-20

Eu percebo aqui, como um ponto possível de aplicação, que na maior parte das vezes, não está claro para nós a dimensão de nossa atuação no Reino de Cristo. José tinha nesse momento apenas 17 anos. Era um menino, mas um menino eleito por Deus para uma missão que estava acima de sua própria vida. Ele deveria ter aspirações, projetos, mas a sua vida foi colocada em risco pelo simples fato de Deus o ter chamado.


Para nenhum cristão é clara a envergadura de sua vocação no Reino de Cristo. Sabemos que estamos sendo transformados para nos parecermos cada dia mais com Jesus, mas a forma como Deus fará isso é um mistério oculto, que será desvendado aos nossos olhos dia após dia, enquanto vivemos em comunhão com Ele.


Mas assim como José, Deus fará com que seu plano se cumpra cabalmente, em nós mesmos e através de nós. Deus não levou em conta nenhum objetivo pessoal de José, mas o conduziu por caminhos difíceis, inesperados e muito sofridos para que o Seu plano eterno se concretizasse. José foi lançado em uma cisterna, vendido pelos irmãos, escravizado no Egito, caluniado pela esposa de Potifar. Por treze longos anos sua vida foi de gemido em gemido, de dor em dor.


Mas cada lágrima, cada dor, cada angústia eram milimetricamente acompanhados pelo Senhor. Deus vê todas as coisas e se compadece de nós, mesmo quando não estamos nos melhores de nossos dias!


O caminho de Deus é um caminho de cruz!


E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Lucas 9:23,24

Lembre-se de outros personagens da Bíblia que passaram o mesmo. Jó perdeu tudo! Daniel e seus amigos foram exilados na Babilônia, lançados em fornalha ardente e cova de leões. João Batista foi decapitado, os apóstolos, com excessão de João, martirizados. Porque sabendo do risco da fé esses homens não desistiram? Porque tinham uma esperança inabalavel na promessa de Deus!


O cristianismo não é uma religião de bem-estar. A nossa fé poderá custar tudo, inclusive, nossa vida!


Que mais direi? Não tenho tempo para falar de Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas, os quais pela fé conquistaram reinos, praticaram a justiça, alcançaram o cumprimento de promessas, fecharam a boca de leões, apagaram o poder do fogo e escaparam do fio da espada; da fraqueza tiraram força, tornaram-se poderosos na batalha e puseram em fuga exércitos estrangeiros. Houve mulheres que, pela ressurreição, tiveram de volta os seus mortos. Alguns foram torturados e recusaram ser libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior. Outros enfrentaram zombaria e açoites, outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas. Todos estes receberam bom testemunho por meio da fé; no entanto, nenhum deles recebeu o que havia sido prometido. Deus havia planejado algo melhor para nós, para que conosco fossem eles aperfeiçoados. Hebreus 11:32-40


uM VISLUMBRE DA pROVIDÊNCIA



A história de José é uma demonstração daquilo que nós crentes reformados chamamos de Providência. A doutrina bíblica da providência é muito querida por todo cristão bíblico porque ela é a consequência clara de crermos na absoluta sabedoria de Deus. A Confissão de Fé de Westminster afirma o seguinte sobre esta doutrina:



Deus, o grande Criador de todas as coisas, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as criaturas, ações e coisas, desde a maior até à menor, por meio de sua providência sábia e santa, de acordo com sua presciência infalível e o soberano e imutável conselho de sua própria vontade, para o louvor da glória de sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia.



A Providência esteve com José neste embate com seus irmãos em pelo menos quatro aspectos, vejamos cada um deles:



A Providência moveu o coração de Rúben para interceder pelo irmão

Mas, quando Rúben ouviu o plano, tratou de livrar José. "Não o matemos", disse ele. Gênesis 37:21

A Providência garantiu que houvesse uma cisterna sem água, para que José não se afogasse

"Por que derramar sangue? Joguem-no nesta cisterna vazia aqui no deserto e não toquemos nele." Rúben planejava resgatar José e levá-lo de volta ao pai. Gênesis 37:22

A Providência encaminhou uma caravana de ismaelitas para aquela direção, dando a oportunidade de que José fosse vendido ao invés de ser morto

Mais tarde, quando se sentaram para comer, viram ao longe uma caravana de camelos vindo em sua direção. Era um grupo de negociantes ismaelitas, que transportavam especiarias, bálsamo e mirra de Gileade para o Egito. Gênesis 37:25

A providência moveu o coração de Judá para interceder pelo irmão

Judá disse a seus irmãos: "O que ganharemos se matarmos nosso irmão e encobrirmos o crime? Em vez de matá-lo, vamos vendê-lo aos negociantes ismaelitas. Afinal, ele é nosso irmão, sangue do nosso sangue!". Seus irmãos concordaram. Gênesis 37:26,27

Diariamente, podemos contar com a ajuda da Providência. Quando nos colocamos diante de Deus, Nosso Senhor, em oração e súplicas, estamos entrando em contato com essa poderosa mão divina que dirige nossos passos.


Perceba que a Providência não livrou José do sofrimento, mas livrou-o da morte. A mão do Deus Onipotente não é receita de sucesso, nem autoajuda, é ajuda do alto que nos conduz nos misteriosos caminhos do Senhor, para que o bom plano dEle se cumpra em nós!


Por isso, ore para estar perto daquele que governa todas as coisas!


Lembre-se de que nada acontecerá sem que Deus o tenha decidido. Mesmo os momentos mais tensos da vida acontecem debaixo do governo soberano de Deus.


José estava vivendo o pior momento de sua vida, mas todas essas dores aconteciam como parte do plano eterno de Deus.


Além disso, em Cristo nós nos tornamos herdeiros de Deus, pois ele nos predestinou conforme seu plano e faz que tudo ocorra de acordo com sua vontade. Efésios 1:11


CONCLUSÃO


O primeiro capítulo da história de José termina sombrio. Ele foi poupado da morte, mas não do sofrimento. Uma pessoa sem fé poderia facilmente dizer: "como um Deus bondoso poderia permitir que algo dessa natureza acontecesse com um jovem de 17 anos".


Um fiel, contudo, reconheceria a providência nos detalhes e diria: Deus estava com José!


O fato é que os irmãos de José mal poderiam imaginar que, no futuro, o irmão que eles entregaram aos ismaelitas se tornaria o salvador de cada um deles.


O povo de Deus é especialista em dar as costas a quem pode salvar.


Isso aconteceu também com Nosso Senhor Jesus Cristo. Deus, soberanamente, enviou Seu Filho para salvar pecadores. Israel, contudo, não reconheceu o Messias e o entregou à morte.


Veio a seu próprio povo, e eles o rejeitaram. Mas, a todos que creram nele e o aceitaram, ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram segundo a ordem natural, nem como resultado da paixão ou da vontade humana, mas nasceram de Deus. João 1:11-13

Assim como os irmãos de José o venderam, os irmãos de Jesus (a nação israelita) deu as costas para Ele. Isso também aconteceu pela Providência.


José foi poupado da morte e entregue ao sofrimento.


Cristo, contudo, foi entregue pelo Pai para sofrer nas mãos da humanidade pecadora, que o rejeitou e o crucificou. Deus determinou isso!


Foi desprezado e rejeitado, homem de dores, que conhece o sofrimento mais profundo. Demos as costas para ele e desviamos o olhar; ele foi desprezado, e não nos importamos. Apesar disso, foram as nossas enfermidades que ele tomou sobre si, e foram as nossas doenças que pesaram sobre ele. Pensamos que seu sofrimento era castigo de Deus, castigo por sua culpa. Mas ele foi ferido por causa de nossa rebeldia e esmagado por causa de nossos pecados. Sofreu o castigo para que fôssemos restaurados e recebeu açoites para que fôssemos curados. Isaías 53:3-5

Pelas pisaduras de Cristo, fomos sarados! Por sua morte na cruz, perdoados! O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele! Deus derramou Sua ira sobre Cristo e tornou o sofrimento dEle a nossa salvação eterna!


A nós, que cremos, a cruz de Cristo e a sua triunfal ressurreição são um lembrete de que Deus está conduzindo a história humana a um fim glorioso. Dores, frustrações, sofrimentos são fagulhas breves da vida terrena, mas essa vida será suplantada por novos céus e nova terra.


A leve e momentâna tribulação não são para se comparar com o peso de glória a ser revelado em nós. Aceitamos de bom grado cada processo da vida porque entendemos que o plano de Deus não será frustrado e nós, pela eleição, fazemos parte desse maravilhoso plano!


Pois estas aflições pequenas e momentâneas que agora enfrentamos produzem para nós uma glória que pesa mais que todas as angústias e durará para sempre. 2 Coríntios 4:17

A você, que me ouve nessa manhã e que ainda não está unido à Cristo pela salvação, abrace a graça de Cristo. Quando Ele subiu à cruz, ofereceu-se para salvar pecadores! Ele de fato morreu por todos aqueles que serão salvos! Não foi um sacrifício em vão. Na cruz Ele triunfou sobre o pecado, sobre o mundo, sobre o diabo, sobre principados e potestades e salva eficazmente os que crêem nEle.


Se essa promessa é para você? É para todos os que crêem! A eleição é um assunto de Deus, a evangelização das nações, um assunto da Igreja!


Se você sente o peso dos seus pecados e a necessidade sincera do perdão, Cristo está de braços abertos para te acolher! Não faça como os irmãos de José que abandonaram aquele que seria o seu salvador!


Nesta manhã, não dê as costas para o Cristo! Ele já efetuou o único sacrifício que pode lhe tirar da condenação do inferno e te levar aos céus!


O Salvador desprezado é o Deus que pode salvar você!


Renda-se a Ele de todo o seu coração!


Que Ele nos abençoe!


Pastor Sérgio Fernandes

Pastor Titular da IPR

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