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Depois do Culto - Sermão 14/11/2021

Atualizado: 29 de nov. de 2021



Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:1,2


Introdução


O fato de ser publicitário de profissão me dá um olhar apurado sobre a cultura em que estamos inseridos. Recentemeente, visitando o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, passamos bons momentos observando cuidadosamente as artes da mostra e discernindo a intenção dos artistas por trás delas. Nessa experiência, eu fui profundamente tocado por Deus com algumas obras, até mesmo com algumas que não possuíam cunho religioso algum. Eu saí daquele museu diferente do que entrei.


Após refletirmos em três mensagens a respeito do culto que desejamos oferecer ao Senhor, em resposta à revelação que Ele nos deixou na Escritura, fica uma pergunta evidente para nossa reflexão: o que Deus espera de cada cristão depois que o culto acaba. De que maneira saímos da assembleia solene após nos reunirmos para adorar ao Senhor?


Nesta reflexão, aprenderemos que o culto não acaba "quando acaba o culto". A experiência vivida na reunião de adoração deve impactar profundamente nossa vida, nossas relações e nossas experiências entre um culto e outro. Esse é o tema da mensagem desta manhã.







o culto racional do cristão


O culto é a resposta do povo de Deus à todo o bem que Ele tem lhe proporcionado através da morte e da ressurreição de Jesus Cristo. É óbvio que a nossa atitude de adoração não pode se limitar ao culto, mas deve ser um estilo de vida que objetiva agradar a Deus. Por isso, entre em um culto e outro, somos convidados a oferecer ao Senhor o que a Escritura chama de "culto racional".


Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Romanos 12:1

Na Antiga Aliança, os pecadores buscavam o perdão oferecendo como sacrifício uma vida que não era a sua, sacrificando animais para fazerem a reparação por seus pecados com sangue de uma vítima inocente . Na Nova Aliança, o sacrifício suficiente de Cristo pagou o preço por nossos pecados e nos libertou da condenação. Por este sacrifício, judeus e gentios se aproximam do Único Deus para adorá-lo e servi-lo.


Agora, resta ao povo de Deus o sacrifício de gratidão! Todo nosso empenho, renúncia e dedicação não visam pagar o preço de nossos pecados e nem garantir nossa salvação, mas prestar a adoração que lhe é devida por causa da obra perfeita que Ele consumou em nosso favor.


Portanto, já que estamos recebendo um Reino inabalável, sejamos agradecidos e, assim, adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor, Hebreus 12:28

Precisamos oferecer nossos corpos. A vida em adoração a Deus envolve tudo o que somos. Essa palavra do apóstolo é um contraponto interessante à filosofia do "Deus só quer o coração". Tudo o que fazemos com a vida que recebemos deve ser dedicada à adoração ao Senhor.


Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus. 1 Coríntios 6:19,20

Esse sacrifício precisa ser vivo. Uma vez que Cristo morreu por nossos pecados e garantiu nossa salvação, o sacrifício que restou é o sacrifício de nós mesmos. Não precisamos derramar nosso sangue, mas precisamos dedicar toda nossa vida para agradar aquEle que misericordiosamente nos salvou!


Esse sacrifício vivo precisa ser santo. Deus nos libertou dos nossos pecados para vivermos diante dEle em novidade de vida. A santidade não signfica apenas separação do mal, mas também serviço dedicado a Deus. Alguns crentes correm o risco de se ocuparem tanto em não pecar que acabam se esquecendo de dedicar esforços sinceros em viver a graça de Cristo no chão da vida. De nada adianta você deixar de fazer coisas que considera pecaminosas e ficar de braços cruzados diante da missão que nos foi confiada pelo Nosso Salvador. Por isso, o caminho da santidade cristã deve passar por essas duas vias: porque Cristo me libertou do pecado, eu lutarei para não permanecer mais nele; e porque Cristo se ofereceu como sacrifício para minha redenção, eu me oferecerei como sacrifício a Deus, dedicando minha vida para servi-lo, honrá-lo e adorá-lo.


Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Romanos 6:1,2

Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor. Gálatas 5:13

Esse sacrifício vivo precisa ser agradável. O maior erro da nossa geração é querer oferecer a Deus um culto sem adoração, uma oferta sem sacrifício e um serviço sem responsabilidade. Vivemos na era da "religião do meu jeito". Não é sem motivo que o povo evangélico brasileiro tem taxas de divórcio semelhantes aos dos ímpios, tem sangue em suas mãos e corrupção em seus negócios. Precisamos nos humilhar diante do Senhor e voltarmos nossos olhos para as Escrituras para aprendermos a viver uma vida que agrade a Ele.


Porém o rei disse a Araúna: Não, mas por preço justo to comprarei, porque não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada. Assim Davi comprou a eira e os bois por cinqüenta siclos de prata. 2 Samuel 24:24

Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus. Mateus 22:29


a transformação do entendimento


E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2

Cada encontro do cristão com a glória de Deus deve promover nele uma mudança interior. Uma visita minha ao museu me fez sair transformado. Um encontro com Deus não deveria causar em mim um impacto ainda maior? Eu preciso chegar ao culto de adoração com sede de mudança e sair dele disposto a praticar aquilo que aprendi com a exposição da Escritura. É essa dinâmica que promove a transformação do entendimento, que me conduz a santificação. A vida cristã não se resume a "aprender", ela envolve também o "fazer". Aprendendo e fazendo eu vou sendo transformado "de glória em glória".


Sejam praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando a vocês mesmos.Tiago 1:22

Essa dinâmica gloriosa envolve o que deve ser a nossa vida "depois do culto". Eu venho ao culto para "adorar e aprender" e saio do culto para "adorar e fazer". Nesse movimento dinâmico operado pelo Espírito em meu coração, as Escrituras me orientam a obedecer os três verbos que expressam a obra da santificação:


O primeiro deles é "conformar", que no grego tem o sentido de "assumir o molde". O cristão é uma nova criatura e, por isso, ele não pode assumir o molde do presente século com as suas modinhas passageiras. Nós somos uma nova criação em Cristo (2 Co 5.17), não vivemos mais segundo os valores desta era, mas conforme os os padrões da era vindoura. Nossa cosmovisão é bíblica. O que pensamos sobre certo e errado deve ser encontrado na Bíblia. Não podemos nos amoldar a esse presente século. Os prazeres deste mundo devem ser desfrutados dentro dos limites da Palavra de Deus, mas os nossos olhos permanecem fixos no que é eterno!


Ora, o mundo passa, bem como os seus desejos; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. 1 João 2:17

O segundo deles é "transformar", que no grego tem o sentido de "passar por uma metamorfose". Essa expressão demonstra que os crentes estão sendo paulatinamente transformados, a fim de se tornarem mais parecidos com o Senhor Jesus Cristo. Sempre que me aproximo de Deus por intermédio de Cristo Jesus e o adoro na beleza da santidade, algo é transformado dentro do meu coração. O contato com Deus "renova nosso entendimento", para podermos rejeitar as obras infrutuosas das trevas (Ef 5.11) e aceitarmos as coisas excelentes (Fp 1.10) que ele preparou para nós.


E todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, que é o Espírito. 2 Coríntios 3:18

E não sejam cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, tratem de reprová-las. Efésios 5:11

para que vocês aprovem as coisas excelentes e sejam sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, Filipenses 1:10

O terceiro deles é "experimentar", que tem o sentido de "provar, degustar", isto é, o cristão que não se amolda ao presente século e vive a transformação do evangelho de Cristo ira degustar da boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Quando mergullhamos na graça que nos foi ofertada e decidimos viver o que o Pai Celestial preparou para os seus eleitos, Ele nos faz viver aquilo que de antemão preparou para nós.


agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; a tua lei está dentro do meu coração.” Salmos 40:8

Conclusão


Para vivermos o cristianismo em toda a sua plenitude, precisamos buscar a misericórdia de Deus para cultuar direito e viver direito. As duas coisas caminham juntas em nossa vida em união com Cristo Jesus e devemos perseverar nelas para agradarmos aquEle que nos comprou com o seu sangue vertido na cruz do Calvário. Precisamos nos reunir como igreja e ficarmos maravilhados com a presença gloriosa de Nosso Senhor. E após nossas reuniões, sairmos para o chão da vida, onde nos apresentaremos como sacrifícios vivos que agradam a Deus. Não queremos receber a repreensão entregue por Isaías ao povo de Israel.


Lavem-se e purifiquem-se! Tirem da minha presença a maldade dos seus atos; parem de fazer o mal! Aprendam a fazer o bem; busquem a justiça, repreendam o opressor; garantam o direito dos órfãos, defendam a causa das viúvas.” Isaías 1:16,17

Que Deus nos ajude a cultuar direito e viver direito. Que Ele te abençoe!


Pastor Sérgio Fernandes

Pastor Titular da IPR



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