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Dar é coisa melhor do que receber

Atualizado: 8 de abr. de 2022




Uma das coisas que me chama a atenção no evangelho é a boa vontade de Deus em nos oferecer misericórdia, sendo a nossa raça indigna e pecadora. O Pai Celestial “deu” Seu Filho a nós, a fim de nos salvar (Jo 3.16) ... uma oferta graciosa (porque não a merecemos), valiosa (consegue mensurar o valor de Cristo?) e universal (dada para resgatar pecadores de toda raça, tribo e nação). Todo aquele que recebe desse amor, constrangido por ele, deseja devolver a Deus e ao próximo da bondade que recebeu. O cristianismo bíblico, histórico e apostólico é um chamado vocacional para espalharmos o amor de Deus ao mundo, porque nutridos por esse amor (Rm 5.5), queremos saciar corações feridos com a esperança que encontramos no evangelho. Na doutrina de Cristo, “dar” é muito melhor do que “receber” (At 20.35).


Por isso, sempre me escandalizo com a imaturidade de cristãos birrentos, que exigem atenção o tempo todo, que dão trabalho ao invés de trabalhar, que não percebem que eles próprios não oferecem a ninguém aquilo que exigem de todos: amor. Um cristão foi chamado para servir e não para ser servido. Embora na vida orgânica da igreja haja encorajamento mútuo, edificação mútua, isso sempre deve funcionar como uma vida de mão dupla: não é próprio do cristão sugar o amor e boa vontade dos irmãos e nunca devolver deste amor recebido. Você pode estar fraco na fé e estar carente de mais atenção e cuidado, mas não é normal permanecer nesse estado e não ter boa vontade para servir ninguém. Cristianismo é missão, não é entretenimento! Alguns cristãos parecem pensar que a igreja é como um cinema que você se dirige para uma sessão de entretenimento e depois voltar para casa. Consegue imaginar algo mais mesquinho?


Sua comunidade pode contar com você? Quando foi a última vez que você abraçou um irmão da sua igreja local e lhe disse: “pode contar comigo”?. É no “levar as cargas uns dos outros” que cumprimos a Lei de Cristo (Gl 6.2). Essa geração do “receba a vitória”, “Deus vai te prosperar”, “só vive a promessa quem cumpre o propósito”, “o milagre vai acontecer na sua vida” não entende ainda que está ouvindo “outro evangelho” (Gl 1.6-8), que não fez parte da nossa fé e que jamais seria pregado por qualquer um dos apóstolos ou por Cristo. Esse “outro evangelho” perverteu a compreensão da doutrina e do evangelho de Cristo e formou cristãos (se é que podemos chamá-los assim) deformados, que em nada se assemelham àquilo que o Novo Testamento chama de “cristão”. Bradar “é forte”, “terra”, “é profundo” não faz de você um cristão... repetir exaustivamente os jargões das músicas gospel e dos pregadores do momento também não.


É tempo de sair do raso... pelo amor de Deus! Nossa fé se evidencia na boa vontade em servir sinceramente as pessoas por causa do amor gratuito que Cristo nos ofereceu ao morrer na cruz! Enquanto isso não for realidade em nossas vidas, somos na melhor das hipóteses bons religiosos conhecedores da fé cristã... mas ser “cristão” é entender que o “dar é coisa melhor do que receber” é o estilo de vida para o qual fomos chamados.

Pense nisso!


Pastor Sérgio Fernandes

Pastor Titular da IPR

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