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Cristianismo e Pureza Sexual - Sermão de 08/10/2023




A vontade de Deus é que vocês vivam em santidade; por isso, mantenham-se afastados de todo pecado sexual. 1 Tessalonicenses 4.3


Introdução


Essa talvez seja a mensagem mais difícil da série #FalandoFrancamente. Vamos tratar de um tema que vem sendo negligenciado pela igreja nas últimas décadas e o resultado disso é percebido na devassidão moral em que muitos que afirmam ser cristãos vivem nos dias atuais.


A Igreja, como coluna e baluarte da verdade, necessita de valores morais bíblicos e firmes. Hoje, boa parte dos cristãos evangélicos tratam as questões de ordem sexual da mesma forma que aqueles que não conhecem o evangelho.


  • A infidelidade conjugal é frequente entre cristãos;

  • A castidade entre solteiros deixou de ser um valor absoluto;

  • Cristãos tem consumido pornografia com naturalidade;

  • A aceitação natural da prática homossexual demonstra que a Igreja deixou de levar a sério a Palavra de Deus.


Que fique claro, nada disso é natural nas Escrituras! O fato de algo tornar-se socialmente comum não significa que seja biblicamente aceitável.


Nesta pregação, meu objetivo não é ser uma voz moralizante que atira mandamentos como uma metralhadora, mas uma consciência fraterna de que precisamos levar a sério o que Deus pensa a respeito de pureza sexual.


Essa é a batalha de todo cristão! Ninguém é imune ao pecado sexual. Mas isso não significa que podemos brincar com eles. Esses desvios de caráter sexual são biblicamente considerados como pecado e os que vivem neles não herdarão o reino do céu.


Hoje, abordarei, à luz da Escritura, o padrão de pureza sexual ensinado no cristianismo. É impossível ser exaustivo em uma única pregação, mas entendo que podemos pincelar de maneira ampla o tema e expandirmos ele em encontros futuros, para que possamos reconhecer aquilo que Deus espera de nós neste assunto.


Apertem os cintos!






A SEXUALIDADE CRISTÃ


Há um pensamento recorrente de que cristãos consideram o sexo algo ruim ou pecaminoso, e isso não é verdade. A intimidade conjugal é uma dádiva com a qual Deus nos presenteou.


A questão é que, amparados pelas Escrituras Sagradas, reconhecemos que Deus planejou o pleno desenvolvimento da sexualidade humana para ocorrer em um ambiente seguro e estável chamado casamento. É o que percebemos em Gênesis 1.


Então Deus disse: “Façamos o ser humano à nossa imagem; ele será semelhante a nós. Dominará sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre todos os animais selvagens da terra e sobre os animais que rastejam pelo chão”. Assim, Deus criou os seres humanos à sua própria imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou.Então Deus os abençoou e disse: “Sejam férteis e multipliquem-se. Encham e governem a terra. Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que rastejam pelo chão”. Gênesis 1.26-28.

Neste texto, observamos algumas coisas que devem ser destacadas:


  • Deus primeiro formou o homem para sua glória, depois definiu sua identidade de gênero (homem e mulher) e somente depois estabeleceu sua sexualidade e a missão de procriar e encher a terra;

  • Entendemos com isso que não fomos feitos primariamente para o prazer sexual, mas para conhecermos a Deus, servi-Lo e o adorá-Lo;

  • O texto ressalta com clareza que a atividade sexual divinamente ordenada acontece entre um homem e uma mulher que vivem na estabilidade e firmeza de um núcleo familiar visando o mútuo prazer e a procriação. Biblicamente, sexo seguro se chama "casamento".

Deus estabeleceu a intimidade sexual dessa forma visando dignificar o ato e não torná-lo opressivo ou irresponsável. Como criaturas de Deus, carregamos a Sua imagem em nós.


Deus não deseja que a atividade sexual seja feita no sentido de tornar os seres humanos criados à sua imagem meros instrumentos de prazer. Isso faz do sexo uma prática egoísta e carnal.


Entendemos, pela Escritura, que tem direito a desfrutar de intimidade conjugal quem está devidamente aliançado com o seu cônjuge, em uma estrutura estável e permanente chamada matrimônio. A intimidade conjugal deve ser a recompensa prazerosa de um homem e de uma mulher que vivem para glorificar a Deus e se sacrificam um pelo outro.


Honrem o casamento e mantenham pura a união conjugal, pois Deus certamente julgará os impuros e os adúlteros. Hebreus 13.4

Por essa introdução, entendemos à luz da Escritura que:


1. A intimidade conjugal, praticada no ambiente estável do casamento, é uma dádiva divina. É a forma mais profunda e íntima de conhecer alguém. É o presente resultante de uma vida sacrificial, onde esposo e esposa lutam pelo bem-estar um do outro, contribuem para sua santificação e desfrutam com responsabilidade daquilo que Deus ordenou que pratiquem para a Sua glória.


O marido deve satisfazer as necessidades conjugais de sua esposa, e a esposa deve fazer o mesmo por seu marido. A esposa não tem autoridade sobre seu corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, não é o marido que tem autoridade sobre seu corpo, mas sim a esposa. Não privem um ao outro de terem relações, a menos que ambos concordem em abster-se da intimidade sexual por certo tempo, a fim de se dedicarem de modo mais pleno à oração. Depois disso, unam-se novamente, para que Satanás não os tente por causa de sua falta de domínio próprio. Digo isso como concessão, e não como mandamento. 1 Coríntios 7.3-6.

2. A única forma de união sexual aprovada e aceita por Deus é aquela que acontece entre um homem e uma mulher que estão unidos em matrimônio. Solteiros ou viúvos que praticam atividade de caráter sexual estão pecando gravemente contra a santidade de Deus;


Portanto, digo aos solteiros e às viúvas: é melhor que permaneçam como eu. Mas, se não conseguirem se controlar, devem se casar. É melhor se casar que arder em desejo. 1 Coríntios 7.8,9

3. A homossexualidade, embora seja aceita pela sociedade, continua sendo pecado contra Deus. Embora, como igreja, exerçamos um ministério de misericórdia e, com amor, estejamos prontos para acolher pessoas com essa orientação que foram tocadas pelo evangelho, somos inflexíveis em nosso valor de reconhecer essa forma de sexualidade como pecado, à luz dos ensinamentos claros da Escritura.


Vocês não sabem que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não se enganem: aqueles que se envolvem em imoralidade sexual, adoram ídolos, cometem adultério, se entregam a práticas homossexuais, são ladrões, avarentos, bêbados, insultam as pessoas ou exploram os outros não herdarão o reino de Deus. 1 Coríntios 6.9,10

Como vemos, a Escritura dignifica o ato sexual e o reconhece como uma dádiva dada por Deus. O pecado, contudo, se esforçará para tornar o prazer sexual um ídolo e, por isso, precisamos nos submeter ao senhorio de Cristo e à verdade das Escrituras para não sermos aprisionados em pecados de caráter sexual.


Perceba que Deus leva muito a sério esse assunto. Precisamos levá-lo também!


Abordarei na sequência alguns desafios que temos na batalha pela pureza sexual.



O DESAFIO DA PORNOGRAFIA


Em uma pesquisa rápida na internet, localizei um artigo que traz números estarrecedores:


  • 22 milhões de brasileiros assumem consumir pornografia regulamente;

  • Destes, 58% tem menos de 35 anos e 69% estão casados ou namorando;

  • 2,5 bilhões de emails com conteúdo pornográfico são enviados diariamente no mundo;

  • 35% do conteúdo baixado de internet possui pornografia;

  • 25% das buscas na internet são direcionadas ao tema;


Especialistas afirmam que a pornografia tem o mesmo potencial de viciar que as drogas pesadas e pode causar atrofias severas no cérebro. Viciados em pornografia tem baixo rendimento profissional, dificuldade de socialização e percas financeiras sensíveis para satisfazer o vício.


A pornografia é um pecado gravísimo contra Deus e representa hoje uma batalha ferrenha para nós, cristãos, que de uma forma ou de outra somos submetidos a imagens e vídeos de cunho sexual em nossa relação com a cultura.


Fiquem sabendo disto: nenhuma pessoa imoral, impura ou avarenta — porque a avareza é idolatria — tem herança no Reino de Cristo e de Deus. Efésios 5:5

Se você está viciado em pornografia, reconheça que essa prática é um pecado grave e quue deve ser abandonado. Não há brandura quanto a isso. Como povo santo do Senhor, precisamos viver fora desse sistema de valores maligno que rege a sociedade decaída.


Conselhos práticos na batalha contra a pornografia:


  • Dificilmente se vence pecados relacionados a pornografia sozinho. Busque ajuda com pessoas de Deus. O presbitério local está pronto para lhe acolher, abraçar e ajudar a vencer isso. Vergonha é se esconder!

  • Liberte sua mente das pequenas inserções pornográficas existentes em filmes, séries e livros. Vícios enormes nascem com pecados pequenos. Você foi chamado à pureza!

  • Não faça do conteúdo pornográfico a sua escola para vivenciar a plenitude da benção conjugal. O que voce assiste nos videos é bestialidade diabólica da pior espécie. Trate seu cônjuge com amor e respeito!

  • Só busca a pornografia quem não está satisfeito com a graça de Cristo. Quer vencer esse pecado? Cresça a sua comunhão com Cristo. Luz e Trevas não habitam juntos.



O DESAFIO DOS SOLTEIROS


Vivemos em uma sociedade sensual e "ultrasexualizada". Isso se torna um desafio para que solteiros e viúvos crentes permaneçam puros diante do Senhor. A Bíblia, contudo, reconhece qualquer atividade sexual fora do casamento como pecado.


Isso inclui:


  • Encontros amorosos como "ficadas", "curtidas" e outros nomes que as pessoas inventam que nada mais são do que pecados com nomes pomposos. Essa é a prática de fazer do próximo um objeto de prazer sem estar aliançado com ele. É pecado!

  • O namoro, conquanto não seja uma convenção bíblica prevista, é aceito pelas igrejas como uma forma de iniciar uma relação que venha resultar em um matrimônio. Namoro de crente, contudo, é diferente de namoro mundano. No namoro cristão há muita conversa, muita oração, muito planejamento e pouquíssimo contato físico. Namoro e noivado não autorizam atividade sexual.

  • Masturbação e outros estímulos de caráter sexual privado também são pecado. "Ahhh, preciso conhecer meu corpo" você pode dizer. É possível conhecer sem estimular.

Se Deus for o Senhor do seu coração e você o amar com todas as suas forças, você terá graça necessária para conter os desejos a fim de glorificá-lo. Nosso propósito de vida não é a satisfação sexual, mas o louvor da glória de Deus.


Fuja das paixões da mocidade. Siga a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor. 2 Timóteo 2.22


O DESAFIO DA FIDELIDADE CONJUGAL


É importante ressaltar que hoje há uma forte tendência social de flexibilizar a moralidade no casamento. A insistência da mídia em popularizar casamentos "abertos", "trisais" e "poligamia" só mostram o quanto fracassamos como sociedade.


Deus determinou a exclusividade e fidelidade na união conjugal. Quem se uniu deve permanecer unido é fiel ao seu cônjuge até o fim da vida.


A Igreja ministra com tolerância e misericórdia a casais que, por motivos diversos, chegaram ao término de suas relações, mas não flexibilizamos valores: o matrimônio foi planejado por Deus para ser indissolúvel.


"Não adulterarás. Êxodo 20:14

"Vocês ouviram o que foi dito: 'Não adulterarás'. Mas eu digo: Qualquer que olhar para uma mulher e desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Mateus 5:27-28

Por isso:


  • Cristãos bíblicos casados não ficam de "conversinha mole" com outras pessoas. Nossa relação mais íntima e mais pura sempre será com nosso cônjuge;

  • O adultério não costuma nascer como adultério. Na maior parte das vezes ele nasce como um "elogio sincero", uma "amizade sincera", um "abraço sincero", um "conselho sincero". Tenhamos vigilância.

  • Crie uma relação franca com seu cônjuge. Converse muito com ele. Namore bastante! Façam cultos domésticos. Façam brincadeiras uns com os outros, dêem muitas risadas juntos. Orem! Quanto mais profundos forem os vínculos no casamento e mais profundas as raízes um no outro, menor será o risco de um adultério.

  • Adultério é pecado! Quem vive nessa prática não herdará o reino do céu!

O DESAFIO DA SENSUALIDADE


Por fim, não podemos deixar de orientar o povo de Deus sobre o perigo da sensualidade. Talvez essa seja uma forma branda de impureza sexual e por isso, muitos crentes a cometem sem perceber. Entendemos como sensualidade o comportamento que estimula o desejo sexual no próximo. Percebemos isso de muitas formas, por exemplo:


  • Homens e mulheres cristãos devem saber se vestir de modo adequado em cada ocasião social. Sinceramente, não esperamos que você use terno e gravata na praia. Mas usar roupas demasiadamente curtas, decotadas e provocativas é uma demonstração clara de carnalidade.

  • No culto público, é importante se vestir com muita decência. Aqui, nada de decotes, roupas rasgadas, vestidos e saias curtas, camisa com peitoral aparecendo. Isso não é legalismo, é reverência.

  • Se tudo o que fazemos é para glória de Deus, precisamos que isso seja demonstrado no modo como vivemos, inclusive, como nos vestimos. A falta de pudor e modéstia são portas que abrem caminho para pecados maiores.

  • Reconhecemos, biblicamente, que a Bíblia não estipula qual tipo de roupa usar. Mas ela recorrentemente nos ensina a sermos simples, modestos e santos no Senhor. Ao se vestir, ao se maquiar, ao pintar e cortar o cabelo, ao escolher um adereço, verifique com honestidade a motivação do seu coração.


Quando seguem os desejos da natureza humana, os resultados são extremamente claros: imoralidade sexual, impureza, sensualidade, Gálatas 5.19

Fujam da imoralidade sexual! Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica imoralidade sexual peca contra o próprio corpo. 1Coríntios 6.18



Conclusão


A Bíblia não é um livro de regras bobas e antiquadas. É um livro que nos ensina a reconhecermos aquilo que representa a vontade de Deus para o seu povo. E, em todas essas questões, a Bíblia sempre apontará para nós em duas direções:


  • primeiro, como um espelho, ela apontará o tamanho do nosso pecado e,

  • em segundo, ela nos dará a solução para vencer o pecado: Cristo, Nosso Senhor!


A impureza sexual é um falso deus que exige adoração. Não podemos servir a dois senhores! Ou somos de Deus ou somos escravos do pecado sexual.


Isso me trouxe uma reflexão!


Uma das formas de apresentarmos o evangelho é ilustrarmos essa mensagem na figura de um matrimônio ideal. Cristo ama a Noiva, a Igreja, e dá a vida por ela. A noiva, impactada por esse amor celestial, submete-se de forma pura e obediente ao Noivo, enquanto aguarda o dia em que se unirão para sempre, no perfeito estado eterno.


Destacamos a pureza sexual como um valor bíblico inegociável porque a Noiva de Cristo é pura e sem mácula. Quando nos esforçamos em viver os padrões de pureza sexual bíblicos, demonstramos com nossa vida a veracidade de nossa fé.


Maridos, cada um de vós amai a vossa esposa, assim como Cristo amou a sua Igreja e sacrificou-se por ela, a fim de santificá-la, tendo-a purificado com o lavar da água por meio da Palavra, e para apresentá-la a si mesmo como Igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou qualquer outra imperfeição, mas santa e inculpável. Efésios 5.25-27

Cristo morreu pela Sua Noiva. Ele a ama! Esse amor sacrificial custou todo o seu sangue na cruz! E Ele virá buscar uma Noiva pura e sem mácula. Não espere entrar nas bodas com Ele se você for uma amante infiel, que tem na satisfação sexual o seu "deus" e que vive de forma impura e desregrada. Cristo morreu para ter tornar puro! E o amor dEle pela glória de Deus e por você foi tão grande que Ele ressuscitou para te declarar justo aos olhos de Deus!


Abrace esse amor que morreu e ressuscitou! Se arrependa das suas imundícias! Busque o perdão de Cristo!


A batalha pela pureza sexual já foi vencida na cruz! Agora, pela fé, nos apropriamos não apenas do perdão dos pecados, mas do poder para romper toda e qualquer escravidão que tente usurpar do nosso coração a plena satisfação em Cristo!


Purifica-me de minha impureza, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais branco que a neve. Salmo 51.7


Pastor Sérgio Fernandes

Pastor Titular da IPR

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