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Benção - Sermão de 28/08/2022

Atualizado: 29 de ago. de 2022




Ele se aproximou e o beijou. Então o pai aspirou o cheiro da roupa dele e o abençoou. Ele disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo, que o Senhor abençoou; Deus lhe dê do orvalho do céu, e da exuberância da terra, e fartura de trigo e de vinho. Que povos sirvam você, e nações o reverenciem. Que você seja senhor de seus irmãos, e os filhos de sua mãe se curvem diante de você. Maldito seja quem o amaldiçoar, e bendito quem o abençoar. Gênesis 27:27-29


Introdução


A fé cristã é fortemente enraízada em relações familiares. O Deus cristão é o Pai, que envia o Seu Filho para morrer e salvar pecadores, transformando-os de 'objetos da sua ira' em 'filhos amados e perdoados' que se tornam membros de Sua família. Ao criar o homem, Deus o fez como um ser social que se casaria, geraria filhos e os prepararia para que eles próprios se casem, tenham seus filhos, formando novos núcleos familiares. A história da redenção foi contada sobre essa perspectiva e o plano eterno foi revelado em ambientes familiares ao longo de toda a Bíblia. Não se pode separar a fé do contexto familiar. Deus é o Deus da família.


Isaque, o segundo patriarca de Israel, vivenciou profundamente as questões da fé no seu contexto familiar. Ele casou-se com uma mulher estéril e orou por ela até que ela lhe desse filhos gêmeos, e precisou lidar com questões que envolviam o seu favoritismo pessoal e a escolha soberana de Deus por um deles.


A história dos irmãos Jacó e Esaú tem sido fonte abundante de sabedoria e inspiração pelo fato desses personagens trazerem consigo diversas lições espirituais que tem encorajado cristãos de todas as épocas a perseverarem na fé e não desprezar a benção preciosa da salvação. Poderíamos investir vários domingos refletindo nos pormenores do texto, mas quero dedicar-me neste culto ao que realmente importa da história para nós: embora estejamos falando de dois homens pecadores, a um Deus mostrou a sua misericórdia e a outro a sua justiça.




DOIS IRMÃOS PECADORES



Já mencionamos anteriormente o caráter sobrenatural que envolveu o nascimento dos gêmeos Esaú e Jacó (Gn 25.21-26). Rebeca, sua mãe, não podia engravidar e por vinte anos, Isaque orou para que o seu ventre gerasse filhos. A oração foi respondida pelo Senhor e com ela, surgiu uma inquietação pelo agito dos bebês no ventre da mãe. Ao buscar uma resposta, Deus falou ao coração de Rebeca uma palavra que se tornou a diretriz para os acontecimentos que se seguiram:


Disse-lhe o Senhor: "Duas nações estão em seu ventre, já desde as suas entranhas dois povos se separarão; um deles será mais forte que o outro, mas o mais velho servirá ao mais novo". Gênesis 25:23

Como você pode observar, antes mesmo dos filhos nascerem e realizarem qualquer obra, boa ou má, a escolha soberana de Deus já havia descido sobre a vida de um deles. E como Deus não costuma 'facilitar' as coisas para revelar-se à nós, essa escolha caiu sobre o mais novo, rompendo um protocolo social fortemente enraízado naquela cultura, de que benção e a maior parte da herança eram destinados ao primogênito.


Ele terá que reconhecer o filho da mulher que ele não prefere como filho mais velho, dando-lhe porção dupla de tudo o que possui. Aquele filho é o primeiro sinal da força de seu pai e o direito do filho mais velho lhe pertence. Deuteronômio 21:17

A Bíblia descreve a personalidade dos irmãos, nos dando uma perspectiva de que, embora fossem criados na mesma casa e recebendo os mesmos princípios e valores, foram homens radicalmente diferentes. Esaú tornou-se um perito caçador, homem do campo. Jacó, porém, era um homem 'pacato', que aqui significa que ele era civilizado e refinado.


Cresceram os meninos. Esaú saiu perito caçador, homem do campo; Jacó, porém, homem pacato, habitava em tendas. Gênesis 25:27

O ambiente familiar aqui também não era o ideal, uma vez que pai e mãe tinham favoritismo sobre cada um dos filhos. Isaque amava mais a Esaú, porque se saboreava de suas caças. Rebeca, contudo, amava Jacó.


Isaque demonstrava uma atitude profundamente terrena ao favorecer o mais velho, um sentimento que nascia daquilo que o menino lhe proporcionava. Adão pecou ao comer o fruto, Noé ao embriagar-se com vinho e Isaque ao saborear a carne caçada pelo seu filho. O paladar, para muitos, é uma fonte inesgotável de pecados.


Seu favoritismo patriarcal desconsiderava a revelação, algo que Rebeca não ignorou. Enquanto Isaque amava Esaú por aquilo que ele lhe proporcionava, Rebeca amava Jacó por quem ele se tornaria no plano eterno de Deus.


Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó. Gênesis 25:28

Aqui eu gostaria de fazer uma pequena aplicação. Devemos a todo custo evitar que nossos filhos entendam que temos favoritismo no amor que dedicamos a eles. Certamente, os ânimos dos irmãos do texto foram inflamados por aquilo que eles viam em casa.


Por isso, trate seus filhos sem favoritismo. Embora seja natural que existam mais afinidades com você entre um filho e outro, esforce-se para ser o mesmo em amor, respeito, carinho, atenção para cada um deles. Deus é glorificado nisso!


Pais, não irritem os seus filhos, para que eles não fiquem desanimados. Colossenses 3:21

Como vimos, haviam questões complexas no núcleo familiar de Isaque que refletiam diretamente nas atitudes dos seus filhos. Contudo, à luz da cosmovisão bíblica, o que temos no texto são dois irmãos igualmente pecadores e destituídos da glória de Deus (Rm 3.23). Os dois nasceram no estigma do pecado e merecem na mesma proporção a ira de Deus (Rm 6.23). Mas a história mostra que a graça divina apareceu nessa família de uma forma surpreendente.



A Primogenitura


Como mencionei anteriormente, o filho mais velho tinha direitos maiores na herança da família: no caso desta família, como eram dois filhos apenas, na divisão de bens, ele recebia duas partes e não deixaria nada para o irmão. Obviamente, Jacó, que era um homem refinado, inteligente, considerava isso há muito tempo e aguardava a oportunidade de reverter essa situação. Sua índole de obter a benção a todo o custo mostrava que seu coração não confiava integralmente no Senhor.


E Jacó usou de astúcia e muita crueldade com seu irmão, aguardando um momento de fragilidade dele. A Escritura nos afirma que Esaú chegou do campo esmorecido, cansado de mais um dia de caça e viu que Jacó estava preparando um ensopado vermelho de lentilhas. Seu irmão lhe pede um pouco da comida e Jacó negocia com ele uma porção daquele alimento em troca do seu direito de primogenitura.


Vamos nos recordar de duas coisas: sabemos que Isaque é a essa altura da história um homem riquíssimo, pois herdou de seu pai Abraão todo o patrimônio da família. E sabemos que Esaú herdará tudo sozinho. Seria uma profunda loucura trocar o futuro pelo presente, satisfazendo a fome em troca de todo o patrimônio da família. Quem em sã consciência faria isso? Somente um homem profano agiria dessa forma. E quero lhe apresentar um: Esaú.


Tinha Jacó feito um cozinhado, quando, esmorecido, veio do campo Esaú e lhe disse: Peço-te que me deixes comer um pouco desse cozinhado vermelho, pois estou esmorecido. Daí chamar-se Edom. Disse Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura. Ele respondeu: Estou a ponto de morrer; de que me aproveitará o direito de primogenitura? Então, disse Jacó: Jura-me primeiro. Ele jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó. Gênesis 25:29-33

O pecado de Jacó é grave, mas o de Esaú é muito pior. Jacó enganou o irmão para garantir seu futuro, mas Esaú sacrificou seu futuro para ter prazer temporário no presente. Quando a Escritura decide dar o seu veredito sobre o episódio, ela não lança luz ao pecado de Jacó, mas ao de Esaú. E ela não faz isso uma única vez: em várias passagens, essa atitude diabólica de valorizar prazer momentâneo em detrimento da eternidade é rememorada e deixada a nós como um aviso de que haveremos de um dia prestar contas a Deus.


Deu, pois, Jacó a Esaú pão e o cozinhado de lentilhas; ele comeu e bebeu, levantou-se e saiu. Assim, desprezou Esaú o seu direito de primogenitura. Gênesis 25:34

E cuidem para que não haja nenhum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um prato de comida, vendeu o seu direito de primogenitura. Vocês sabem também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado. Hebreus 12:16,17

O Senhor diz: — Eu sempre os amei. Mas vocês perguntam: — Como é que nos amaste? E o Senhor responde: — Esaú era irmão de Jacó, mas eu amei Jacó e desprezei Esaú. Fiz dos montes de Edom uma desolação e dei a sua herança aos chacais do deserto. Malaquias 1:2,3

Assim como Jacó, temos que ter o cuidado de não sermos pessoas gananciosas, ardilosas, que planejam e maquinam o mal. Eu me recordo de tantas ciladas e armadilhas que vivi nesses anos servindo ao Senhor. Conluios, reuniões secretas, conversas de corredores, artimanhas malignas de pessoas que desejavam a todo custo atingir a mim e a minha família por conta do ministério que recebi do Senhor.


Ao mesmo tempo, reconheço com humildade que por vezes agi com sagacidade na imaturidade de minha fé, procurando sobreviver no grande oceano do evangelicalismo brasileiro, sendo caçado por predadores e caçando meus opositores também. Hoje, me arrependo profundamente das vezes em que fiz isso e sou grato a Deus por fazer parte de uma comunidade em que eu posso ser eu mesmo, amando meus irmãos e sendo amado no Senhor. Isso é libertador!

Assim como Esaú, muitos de nós tem desprezado o dom imerecido de Deus. Quantos cristãos tem agido como Esaú, trocando aquilo que é eterno por coisas passageiras? Queremos viver o agora: nos preocupamos em estar em dia com a série do momento, mas estamos defasados com a Bíblia Sagrada. Marque um churrasco na igreja e todos virão participar. Marque uma reunião de oração e você terá Pedro, Tiago e João. Veja as fortunas que gastamos com nossos bichinhos de estimação, mas não investimos recursos na igreja, na ação social e na obra missionária. Muitos tem entendido que a finalidade da fé é promover bem-estar e não corrigir nossa posição diante de um Deus Santo e nos preparar para nos encontrarmos com Ele.


Queremos sucesso sem serviço, crescimento sem empenho, intimidade com Deus sem renúncias, avivamento sem oração, salvação de almas sem a pregação do evangelho da graça e de todo o conselho de Deus. Se Esaú foi chamado de profano, o que Deus tem a dizer de cada um de nós?


Esaú e Jacó, dois pecadores. A um Deus mostrou justiça, a outro, misericórdia!


A Benção


Em Gênesis 27, há um dos enredos mais complexos da Escritura, onde em uma mesma família, quatro pessoas conspiram uma contra as outras. Quero narrar aqui o que está acontecendo para você entender como Deus é capaz de soberanamente conduzir seus propósitos no caos que é a vida humana.


Isaque aparentemente não repreendeu Esaú por ter vendido o seu direito de primogenitura. Sabendo por revelação que a benção havia sido dada a Jacó e que o seu próprio filho querido havia abdicado dela por um prato de lentilha, ele ousa abençoar Esaú, se levantando contra Deus e quebrando o direito adquirido de Jacó. Isaque, na vellhice, havia perdido parte de sua sensibilidade espiritual e agora era conduzido pelo paladar e pela fome. Lastimável. Você é conduzido por Deus ou por seus desejos egoístas?


Esaú, o filho mais velho, sabia que havia vendido o seu direito à benção e a herança. Mesmo assim, ele aceita o pedido irresponsável do seu pai, contra a vontade de Deus e trama com isso reaver seus direitos traindo o seu irmão. Ele demonstrava a cada passo errado o quão profano ele era! Os ímpios vão de mal a pior.


Tendo-se envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e lhe disse: Meu filho! Respondeu ele: Aqui estou! Disse-lhe o pai: Estou velho e não sei o dia da minha morte. Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, sai ao campo, e apanha para mim alguma caça, e faze-me uma comida saborosa, como eu aprecio, e traze-ma, para que eu coma e te abençoe antes que eu morra. Gênesis 27:1-4

Rebeca ouvindo a conversa dos dois, entrou em conluio com Jacó, para enganar Isaque e impedir que Esaú fosse abençoado. Sim, eu tenho consciência de que eles agiam aparentemente em justa causa, porque essa era a vontade de Deus e Jacó havia conquistado o direito à benção, ainda que por meios ilícitos. Mas perceba que nem Rebeca e nem Jacó oram a Deus e muito menos conversam com Isaque para reverter a situação. Eles planejam literalmente enganar a família e, o pior, conseguem fazer isso.


Rebeca esteve escutando enquanto Isaque falava com Esaú, seu filho. E foi-se Esaú ao campo para apanhar a caça e trazê-la. Então, disse Rebeca a Jacó, seu filho: Ouvi teu pai falar com Esaú, teu irmão, assim: Traze caça e faze-me uma comida saborosa, para que eu coma e te abençoe diante do Senhor , antes que eu morra. Agora, pois, meu filho, atende às minhas palavras com que te ordeno. Vai ao rebanho e traze-me dois bons cabritos; deles farei uma saborosa comida para teu pai, como ele aprecia;levá-la-ás a teu pai, para que a coma e te abençoe, antes que morra. Gênesis 27:5-10

Esse é o cenário complexo da família dos patriarcas. Assim como nós, eles eram pecadores, falhos e relapsos, homens que deviam honrar a Deus com suas vidas mas que muitas vezes falharam miseravelmente nesse propósito.


A questão é que no meio dessa bagunça, há um Deus santo, soberano, que governa a história meticulosamente. A Bíblia nos garante que Ele governa, inclusive, sobre os intentos maus dos homens.


O Deus da Igreja governa! O Deus da Igreja Reina! O Deus da Igreja determina! O Deus da Igreja conduz a história a fim de cumprir seus propósitos eternos!


para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram. Atos 4:28

É ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz. Daniel 2:21,22

A Escritura nos afirma que o plano de Rebeca foi bem sucedido! Ela conseguiu reproduzir um assado de altíssima qualidade, que enganou o paladar de Isaque. E para tapear o pai com respeito a diferença entre a aparência dos filhos, ela vestiu Jacó com as roupas do seu irmão mais velho e cobriu sua pele de pêlos. Isaque não foi capaz de reconhecer Jacó por ele estar vestido dessa forma, e assim, o abençoou, cumprindo assim o plano eterno de Deus a respeito do rapaz.


Respondeu Jacó a seu pai: Sou Esaú, teu primogênito; fiz o que me ordenaste. Levanta-te, pois, assenta-te e come da minha caça, para que me abençoes. Disse Isaque a seu filho: Como é isso que a pudeste achar tão depressa, meu filho? Ele respondeu: Porque o Senhor , teu Deus, a mandou ao meu encontro. Então, disse Isaque a Jacó: Chega-te aqui, para que eu te apalpe, meu filho, e veja se és meu filho Esaú ou não. Jacó chegou-se a Isaque, seu pai, que o apalpou e disse: A voz é de Jacó, porém as mãos são de Esaú. E não o reconheceu, porque as mãos, com efeito, estavam peludas como as de seu irmão Esaú. E o abençoou. Gênesis 27:19-23

Ao dar a benção à Jacó, Isaque estabeleceu exatamente aquilo que Deus já havia predeterminado. A descendência da promessa estava com o mais moço e agora, a história da redenção seguiria com ele, como lemos nas palavras proferidas por Isaque.


Então, lhe disse Isaque, seu pai: Chega-te e dá-me um beijo, meu filho. Ele se chegou e o beijou. Então, o pai aspirou o cheiro da roupa dele, e o abençoou, e disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo, que o Senhor abençoou; Deus te dê do orvalho do céu, e da exuberância da terra, e fartura de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações te reverenciem; sê senhor de teus irmãos, e os filhos de tua mãe se encurvem a ti; maldito seja o que te amaldiçoar, e abençoado o que te abençoar. Gênesis 27:26-29

Quando Esaú voltou e descobriu que pela segunda vez havia sido prejudicado pelo irmão, ele chorou amargamente. Não restava para ele benção e nem herança. Embora ele próprio seja o responsável por isso, ele se inflamou de tal modo que prometeu matar a Jacó. Não havia arrependimento pelo pecado que ele cometeu, mas um ódio profundo pela atitude do irmão.


Isso causou um cisma familiar que durou muitos anos. Jacó teve que fugir para Padã-Arã para casar-se com uma filha de Labão e por causa disso, nunca mais viu sua mãe em vida. Ele recuperou o relacionamento com seu irmão depois de muitos anos e perdeu o convívio com o seu pai, estando com ele somente na proximidade de sua morte. Jacó viu a misericórdia de Deus, mas isso não o livrou de ter que lidar com as consequências de seus próprios pecados e desobediência.



eLEIÇÃO E rEPROVAÇÃO


A Escritura se apropria da história de Jacó e Esaú para reforçar a base da doutrina bíbllica da eleição incondicional. Deus escolheu na eternidade passada aqueles que receberão a promessa de salvação e os salvará dos seus pecados, numa demonstração da Sua misericórdia, dada a quem não merece recebê-la.


Estes que ele escolheu serão conduzidos à fé em Jesus, gentilmente atraídos ao sacrifício perfeito que Ele ofereceu na cruz para que seus pecados sejam perdoados. Ele os protegerá em sua peregrinação para que não caiam fatalmente da graça de Deus. Esse é o evangelho!


Esse fato não é único. Também Rebeca ficou grávida de nosso antepassado Isaque e deu à luz gêmeos. Antes de eles nascerem, porém, antes mesmo de terem feito qualquer coisa boa ou má, ela recebeu uma mensagem de Deus. (Essa mensagem mostra que Deus escolhe as pessoas conforme os propósitos dele e as chama sem levar em conta as obras que praticam.) Foi dito a Rebeca: "Seu filho mais velho servirá a seu filho mais novo". Nas palavras das Escrituras: "Amei Jacó, mas rejeitei Esaú". Estamos dizendo, então, que Deus foi injusto? Claro que não! Pois Deus disse a Moisés: "Terei misericórdia de quem eu quiser, e mostrarei compaixão a quem eu quiser". Portanto, a misericórdia depende apenas de Deus, e não de nosso desejo nem de nossos esforços. Romanos 9:10-16

O que me impressiona nessa história não é o fato de Deus ter rejeitado a Esaú, isso é o que eu espero de um Deus que é santo e justo, que Ele rejeite pecadores (dos quais eu sou o principal).


O que me encanta no texto é que esse Deus amou a Jacó. E se Deus amou a Jacó, Ele pode amar misericordiosamente a mim e a você!



CONCLUSÃO


Toda a Escritura aponta para Cristo e a sua obra de salvação. A cada mensagem da série #Origens, tenho me esforçado para mostrar como a Bíblia possui uma mensagem conectada e que deve ser lida no seu contexto mais amplo para ser percebida. Além disso, histórias e fatos bíblicos remetem vez ou outra para as verdades eternas do evangelho. E essa história tem um apontamento quase extravagante.


Jacó temia estar diante do seu pai porque sabia que, ao ser reconhecido como tal, ele seria amaldiçoado e não abençoado.


Disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Esaú, meu irmão, é homem cabeludo, e eu, homem liso. Dar-se-á o caso de meu pai me apalpar, e passarei a seus olhos por zombador; assim, trarei sobre mim maldição e não bênção. Gênesis 27:11,12

Rebeca, contudo, tinha uma solução para o problema. Se Jacó se apresentasse diante de seu pai vestido com as roupas do seu irmão mais velho, o seu pai não apenas o aceitaria, mas também o abençoaria!


Ele foi, tomou-os e os trouxe a sua mãe, que fez uma saborosa comida, como o pai dele apreciava. Depois, tomou Rebeca a melhor roupa de Esaú, seu filho mais velho, roupa que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho mais novo. Com a pele dos cabritos cobriu-lhe as mãos e a lisura do pescoço. Então, entregou a Jacó, seu filho, a comida saborosa e o pão que havia preparado. Gênesis 27:14-17

A fé cristã não ensina que pessoas boas vão para o céu e pessoas más vão para o inferno. Se fosse assim, ninguém se salvaria. Todos pecamos, todos estamos destituídos da glória de Deus e todos merecemos ser objetos da sua justa ira!


A base da fé cristã é a obra perfeita que Cristo consumou na cruz para perdoar pecadores e justificá-los dos seus pecados, imputando a estes pecadores regenerados a própria justiça de Cristo.


Isso significa que Deus nos aceita não por nossas obras, mas pela obra perfeita de Cristo. A única forma de recebermos a benção da salvação é nos aproximando do Pai vestidos com as roupas de nosso irmão mais velho Jesus e com fé no sacrifício que Ele fez na cruz do Calvário para perdoar nossos pecados.


O homem pecador que é iluminado pelo Espírito Santo para crer em Jesus recebe a justiça de Cristo imputada em sua vida! A obediência de Cristo nos é creditada em nossa conta, pela fé! Não temos nada para oferecer ao Senhor. Nós, pecadores, levantamos mãos vazias, sem obra alguma, e recebemos misericordiosamente a justiça de Cristo, para nos revestirmos dela e adentrarmos na presença do Senhor!


Contudo, ninguém é considerado justo com base em seu trabalho, mas sim por meio de sua fé em Deus, que declara justos os pecadores. Davi também falou a esse respeito quando descreveu a felicidade daqueles que são considerados justos sem terem trabalhado para isso: "Como são felizes aqueles cuja desobediência é perdoada, cujos pecados são cobertos! Sim, como são felizes aqueles cujo pecado o Senhor não leva mais em conta!". Romanos 4:5-8

Por isso, não tente se aproximar de Deus do seu jeito. Jacó sabia que sem as vestes do seu irmão mais velho ele seria amaldiçoado por Isaque. E você precisa saber que a única forma de Deus perdoar, amar e salvar um pecador é quando este se aproxima dEle vestido com as vestes de nosso irmão mais velho, Jesus.


Sem Cristo, o que nos resta são nossos próprios pecados, nossa vida injusta, cheia de ódio, mentiras, violência, desculpas, idolatrias e rebeldia sem fim. O homem no pecado odeia a Deus e quer fazer vista grossa quanto a isso. Mas Deus conhece as profundezas do coração humano!


Estamos todos impuros por causa de nosso pecado; quando mostramos nossos atos de justiça, não passam de trapos imundos. Como as folhas das árvores, murchamos e caímos, e nossos pecados nos levam embora como o vento. Isaías 64:6

Por isso, precisamos que o Espírito toque em nosso coração rebelde e o converta! Se nos arrependermos de nossos pecados e pela fé, recebermos as vestes de nosso irmão mais velho Jesus, há para nós perdão, salvação, justificação e santificação!


Abandone nessa manhã suas mentiras, sua falsa religião, suas desculpas e estenda suas mãos vazias para receber o perdão que é dado por Cristo gratuitamente!


Pois todos vocês são filhos de Deus por meio da fé em Cristo Jesus. Todos que foram unidos com Cristo no batismo se revestiram de Cristo. Não há mais judeu nem gentio, escravo nem livre, homem nem mulher, pois todos vocês são um em Cristo Jesus. E agora que pertencem a Cristo, são verdadeiros filhos de Abraão, herdeiros dele segundo a promessa de Deus. Gálatas 3:26-29

Oh Senhor, veste-nos com a justiça do Teu Filho, para recebermos a benção de vivermos em Tua Presença!


Pastor Sérgio Fernandes

Pastor Titular da IPR

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