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A IGREJA E O VÍRUS INVISÍVEL - Sermão de 08/09/2024




“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais... Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” Josué 24.15


INTRODUÇÃO


Neste mês de setembro, daremos continuidade em nossa série "Doenças Eclesiásticas". Não era o planejamento original. Nossa intenção era dedicar quatro domingos para falarmos sobre a dinâmica bíblica carismática e as operações do Espírito no seio da igreja.


Mas sentimos uma inclinação de urgência sobre a necessidade de prosseguirmos em instruir nossos irmãos sobre como podemos facilmente adoecer a igreja local quando não estamos em sintonia com o plano de Deus a nosso respeito e de nossas famílias.


Uma igreja local só será saudável se for composta por famílias saudáveis.


Esse, porém, é um vírus invisível! Muitas igrejas tem patinado em seus ministérios porque suas famílias se recusam a viver uma dinâmica familiar biblicamente ordenada.


Nessa reflexão, pretendo analisar com vocês as instruções bíblicas sobre o discipulado familiar. Veremos como a negligência de vivermos a fé em casa está dinamitando a possibilidade de passarmos o cajado da fé para uma próxima geração de crentes que, como nós, almeje viver para a glória de Deus.






UMA GRANDE FAMÍLIA FORMADA POR FAMÍLIAS


A Bíblia possui diversas alegorias para ilustrar a natureza da igreja. Uma delas é a "família de Deus". Lemos a respeito disso na epístola aos Efésios.


Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, Ef 2.19

Ao comparar a Igreja com uma família, as Escrituras estão apontando para os laços de comunhão que nutrimos, que chegam a ser mais fortes que os próprios laços cossanguíneos.


Essa ilustração pode, ainda, ser expandida, quando pensamos que a grande família divina (que é a igreja), é composto por muitas famílias humanas.


Toda igreja local é formada por núcleos familiares.


Por isso, as Escrituras deixam claro os papéis individuais que devemos desempenhar para que nossas famílias vivam para a glória de Deus e cumpram seus papéis como 'famílias do Reino'.


Em famílias onde existem todos os papéis possíveis, a Bíblia orienta:



homens fortes, lares fortes



Vivemos uma crise de masculinidade sem precedentes na história humana. É a era dos homens frouxos, emasculados, movidos pelos sentimentos e não pela vocação.


São homens sem fervor espiritual. Sem integridade. Meninos mimados que querem apenas satisfação, sem hombridade e sem sacrifícios pessoais.


Que fique claro, não estou falando de criar um estereótipo masculino, mas de resgatar a identidade bíblica prevista nas Escrituras para os homens do reino.


Quem define o tipo de homem que devemos ser é a Escritura, não a cultura.


Segundo as Escrituras, os maridos devem amar suas esposas como Cristo amou a Igreja. Ele deve ser um homem forte, líder espiritual da família, cuja fé abnegada, presença acolhedora e intencionalidade protegem e fortalecem sua esposa e filhos.


Ele é o pastor do lar, discipulador de sua família e instrutor dos filhos na fé.


Maridos, cada um de vocês deve amar a sua esposa, assim como Cristo amou a igreja e entregou‑se por ela, Efésios 5.25

Maridos, ame cada um a sua esposa e nunca a trate com aspereza. Cl 3.19

"O marido pague à esposa a devida benevolência, e da mesma sorte a esposa, ao marido." 1 Co 7.3

"Mas o que é casado cuida das coisas do mundo, de como há de agradar à esposa." 1 Co 7.33

“Ensinai-as a vossos filhos, falando delas quando estiverdes assentados em vossa casa, andando pelo caminho, deitando-vos e levantando-vos.” Dt 11.9

Quando um marido crente tem toda a sua família na fé, mas negligencia sua liderança espiritual, ele destruirá seu lar, o futuro dos filhos na fé e o futuro da própria igreja local.


  • Um marido crente deve promover a fé em casa: leitura bíblica e oração familiar, culto doméstico, conversas à mesa e o exercício das disciplinas cristãs. Se um marido 'crente' não promove a fé em casa, talve ele ainda seja descrente.

  • É nosso dever entregar para a próxima geração da igreja cristãos mais comprometidos do que nós mesmos. Seus filhos pertencem ao Senhor. Mais importante do que fazer de nossos filhos pessoas de sucesso e fazê-los crentes no Senhor!

  • Sei que essa dinâmica é mais facilmente aplicada quando falamos de uma família onde todos já abraçaram a fé em Jesus. Em casos onde o marido é o único representante da fé no lar, ele deve cultivar uma vida piedosa para ganhar seus familiares 'sem palavras'.



mulheres equilibradas, lares harmoniosos



Na profunda crise de identidade que a Igreja enfrenta, muitas mulheres começaram a rejeitar os papéis bíblicos que Deus designou para elas.


Influenciadas por filosofias humanistas, muitas mulheres cristãs estão mais preocupadas em se conformar aos padrões culturais do que em viver de maneira radicalmente bíblica. Esse desvio acaba impactando profundamente a fé e a espiritualidade de suas famílias.


Segundo as Escrituras, a esposa deve se submeter ao marido como a Igreja se submete a Cristo. Em um lar firmado na rocha, a esposa é uma auxiliadora idônea, caracterizada por sua sabedoria, bondade e força espiritual.


"Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso próprio marido, como convém no Senhor." Cl 3.18

Sua presença é um alicerce de paz e harmonia, guiando com mansidão e graça, edificando sua casa com sabedoria e nutrindo os corações com amor incondicional.


A mulher sábia edifica o lar, mas a insensata o destrói com as próprias mãos. Pv 14.1

Ela é uma mulher virtuosa, firme na fé, que apoia o marido em sua liderança, mas também assume seu papel como guardiã do lar e exemplo de piedade para seus filhos.


Igualmente vós, mulheres, sede sujeitas a vosus próprios maridos, para que, se alguns não obedecem à palavra, pelo procedimento de suas esposas sejam ganhos sem palavra, considerando a vossa vida casta em temor. 1 Pedro 3.1,2

Como uma coroa em seu lar, sua influência brilha, refletindo a beleza da submissão bíblica e da força interior dada por Deus.


Os encantos são enganosos, e a beleza não dura para sempre, mas a mulher que teme o Senhor será elogiada. Pv 30.31

Assim também que as mulheres se ataviem em roupas decentes, com pudor e modéstia, não com frisados de cabelo, nem com ouro, nem com pérolas, nem com vestuário suntuoso, mas com boas obras, como convém a mulheres que professam a piedade. 1 Tm 2.9,10

Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, a serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas aos seus próprios maridos, para que a palavra de Deus não seja blasfemada. Tt 2.4,5

A esposa cristã deve ser o bálsamo que alivia as tensões do lar. Sua piedade e moderação devem construir um lar harmonioso, sem gritarias e repleto de ternura e respeito.


  • Esposas cristãs estimulam e respeitam a liderança do marido, sendo ajudadoras proativas que mantem o marido vivo, nutrido e em movimento.


  • Uma esposa cristã deve manter pai e filhos conectados, estimulando cultura de honra e respeito no lar, NUNCA desafiando a autoridade de um marido piedoso ou se opondo a ele na frente dos filhos.

  • Ela é multiplicadora de valores, discipuladora dos filhos, intercessora do lar. Se os filhos não vêem bom testemunho e os joelhos dobrados da mãe, nunca aprenderão a amar a Deus ou buscar sua face em oração.




FILHOS OBEDIENTES, FUTURO DE SUCESSO



A Bíblia se importa profundamente com a qualidade da relação dos pais com os filhos. E a estes, ela traz orientações preciosas que definem o tipo de vida que os filhos devem viver para glória de Deus em sua relação familiar.


“Honre seu pai e sua mãe. Assim você terá vida longa e plena na terra que o Senhor, seu Deus, lhe dá. Ex 20.12

Como vimos, o honrar pai e mãe não é um assunto periférico. Ele compõe o núcleo da ética cristã.


O Deus da Família exige que as famílias que o invocam cuidem bem de suas relações e isso atinge diretamente o espírito livre dos filhos de pais crentes.


Filhos cristãos que ainda vivem com seus pais devem obedecê-los em tudo. E todo filho cristão deve objetivar compor sua própria família ou emancipar-se financeiramente, para não ser pesado para seus pais.


"Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor." Cl 3.20

"Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. 'Honra a teu pai e a tua mãe' (que é o primeiro mandamento com promessa), 'para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra.'" Efésios 6.1-3

"Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensino de tua mãe, porque serão diadema de graça para a tua cabeça, e colares para o teu pescoço." Pv 1.8,9

"O filho sábio atende à instrução do pai, mas o escarnecedor não ouve a repreensão." Pv 13.1

Filhos já emancipados (seja pelo casamento ou por terem saído de casa) continuam com o dever de honrar os pais.


O que muda é a dinâmica: como assumiram compromissos na formação de uma nova família ou simplesmente criaram seu próprio lar, eles devem ser figuras presentes, acompanhando a velhice dos pais e os apoiando naquilo que estiver em seu alcance.


"Ouve teu pai, que te gerou, e não desprezes tua mãe, quando vier a envelhecer." Pv 23.22

Filhos que assumem com responsabilidade sua missão glorificam a Deus. Em uma época como a nossa, onde a cultura tem desconstruído a autoridade dos pais e estimulado uma emancipação precoce dos filhos, a Igreja pode dar um testemunho poderoso ao mundo através de filhos que amam seus pais e se importam com eles no Senhor.


  • Filhos obedientes são um poderoso testemunho ao mundo. Quando o pai e a mãe compreendem seus papéis no Senhor e os vivem para a glória de Deus, é natural para os filhos aceitarem o caminho da obediência e desejarem viverem para o Senhor.

  • Deus comissinou aos pais a formação dos filhos. Quando estes ignoram as orientações dos seus pais crentes, estão ignorando a própria autoridade do Criador.

  • Pais piedosos, um dia, foram filhos, que erraram e foram instruídos e restaurados por seus pais. Quando um pai ou uma mãe trouxerem uma orientação em amor, eles estão querendo poupar os filhos dos erros que já cometeram e das consequências que já colheram. Há um ditado que minha mãe sempre me dizia: "quem não ouve um conselho, ouve um 'coitado' !.



LARES CURADOS, IGREJAS FORTES


O problema que vivemos atualmente é que queremos ser uma igreja forte na mesma medida que negligenciamos o dever de batalharmos para termos famílias fortes.


A cura tem que vir de dentro para fora. Se você, de fato, passou pela cruz e está desejoso de passar a eternidade com Cristo, deve demonstrar isso na forma pela qual você administra suas relações familiares para a glória de Deus.


Mas, em boa parte dos casos, mantemos Deus longe de nossas casas. Queremos tê-lo como Salvador de nossas almas mas não o aceitamos como SENHOR de toda a nossa vida.


Por que não se faz mais cultos domésticos? Por que não há conversas na mesa sobre a importância da fé? Por que a dinâmica familiar não é planejada para honrar a Deus e a Sua Palavra?


Por que preferimos Deus fora de nossas casas.


Não confunda minha fala como um ode à perfeição, mas também não flexibilize o que não pode ser flexibilizado.


Me perdoe a sinceridade...


  • Se você não conduz sua casa por princípios bíblicos concretos, como você poderá cuidar da obra do Senhor?

  • Se você não está cuidando em amor da sua família, não deve estar cuidando na igreja da família dos outros.

  • Se você não dá atenção para os seus filhos, não deve estar dando atenção para os filhos dos outros.

  • Se você não ensina sua família no temor de Deus, não deve estar ensinando as famílias dos outros na igreja.


Não podemos tratar a comunidade cristã como o nosso playground particular, onde ocupamos espaços apenas para realizar nossos sonhos e satisfazermos nosso desejo de afirmação.


O compromisso com o evangelho é integral.


Se você não se esforça para que a fé chegue em sua casa, é porque ela ainda não chegou no seu coração. Lembre-se da sempre atual advertência bíblica:


Aqueles que não cuidam dos seus, especialmente dos de sua própria família, negaram a fé e são piores que os descrentes. 1 Tm 5.8


CONCLUSÃO


Queridos irmãos, falo com temor. Famílias espiritualmente doentes são um vírus invisível que tem causado males gigantescos na causa de Cristo e em Sua igreja.


Deus deseja sarar nossas famílias. Ele quer nos virar do avesso, nos desintoxicando dessa cultura humanista, que coloca o desejo acima do dever. Ele quer nos fazer abraçar o compromisso da ética cristã com profundidade.


Deus é o Deus da família! Jesus, Nosso Senhor, se fez homem e veio morar em um lar humano. O papel educador de seus pais foi fundamental para que Ele vivesse sua humanidade na plenitude.


Por essa razão, eu me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toda a família, nos céus e na terra, recebe o nome. Ef 3.14,15

Ele foi perfeitamente obediente, tanto como Filho de Deus quanto como filho humano.


Ele viveu uma vida perfeita, subiu à cruz em favor do seu povo, morreu, ressuscitou e triunfou sobre todo o mal que existe em nosso mundo. Com sua morte, perdoou pecados, justificou pecadores e os salvou para pertencerem a família divina.


O plano de Deus é alcançar e transformar as famílias humanas! Isso não se obtém com modernas técnicas de psicologia ou programação neurolinguística, mas com o evangelho.


Assuma um compromisso individual e integral com Jesus Cristo. Viva a fé e a obediência cristã na sua plenitude e leve Jesus para a sua casa.


  • Jesus visitou a casa de Pedro e curou sua sogra, Mc 1.29-31

  • Jesus visitou a casa de Zaqueu e fez de um publicano um discípulo, Lc 19.1-10

  • Jesus visitou a casa de Jairo e ressuscitou uma filha morta, Mc 5.35-43

  • Jesus visitou a casa Marta e Maria, e ressuscitou seu irmão Lázaro, Lc 10.38-42


O que poderá acontecer quando Jesus entrar em seu lar?


O avivamento começa dentro de casa. O milagre, dentro do lar! Uma igreja forte é resultado de famílias fortes.

Jesus já entrou em sua casa?



Pastor Sérgio Fernandes

Pastor Titular da IPR

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