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ao único Deus, nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e autoridade, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre! Amém. Judas 1:25
Introdução
No sermão de hoje, tenho um duplo desafio. O primeiro deles é dar prosseguimento à nossa série “O Culto que Agrada a Deus”, onde buscaremos na Escritura as respostas que necessitamos para aprendermos a nos reunirmos coletivamente para a adoração de modo agradável perante o Senhor. O segundo, refletir sobre a comemoração do 504º aniversário da Reforma Protestante. Decidi, então, verificar de que forma os pilares da reforma protestante modelaram o culto reformado e como essa liturgia nos inspira hoje no modo como nos reunimos para adorar ao Senhor. Espero que essa reflexão seja uma fonte de edificação para o seu coração!
Uma breve biografia de Martinho Lutero
Para introduzir o tema, vamos rememorar o que foi a Reforma Protestante. Em 1509, Martinho graduou-se em bacharel em Estudos Bíblicos e em 1512 obteve o título de doutor em Teologia, mesmo ano que foi eleito cônego do convento de Wittenberg. Os anos seguintes foram dedicados ao ensino religioso e amadurecimento da sua doutrina de “justificação pela fé”. Lutero mostrava-se contrário à venda de indulgências e nos anos de 1516 e 1517 proferiu três sermões em oposição a tais práticas. Em um dos discursos disse:
"É audacioso assegurar que o Papa possa livrar almas do purgatório. Se ele pode fazer isso, então ele é cruel em não livrá-las todas.”
O estopim da Reforma Protestante aconteceu em 1517, quando Martinho Lutero se deparou com o dominicano Tetzel que vendia indulgências em Wittnberg. Em resposta, no dia 31 de outubro, escreveu 95 teses que criticavam a Igreja Católica e o Papa, fixando-os na porta da Catedral de Wittenberg.
Lutero teve apoio de Felipe Melanchton, professor da Universidade de Wittenberg, para consolidação da sua doutrina. Seu amigo, redigiu a “Confissão de Augsburgo”, em 1530, um documento composto por 21 artigos que defendiam o protestantismo e indicavam 7 erros da Igreja.
Deste modo, a Reforma Protestante teve como principal resultado a divisão da Igreja do Ocidente entre católicos romanos e reformados ou protestantes (que originaram o protestantismo).
o culto reformado
O fato é que o movimento reformado reverberou em várias manifestações desde que Martinho Lutero rompeu com o Catolicismo Romano. E como a Escritura passou a ser a normativa daquela nova comunidade de fiéis, eles precisaram apresentar uma alternativa a missa católica, para que os cristãos reformados pudessem buscar a Deus. Sendo assim, o culto reformado era firmado em alguns princípios, os quais destaco:
A suficiência da Palavra de Deus, em contraponto às tradições e dogmas católicos
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra. 2 Tm 3.16,17
O sacerdócio universal dos crentes, em contraponto ao sacerdócio mediado por um sacerdote;
Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. 1 Pedro 2:9
A supremacia de Cristo, em contraponto com a intercessão dos santos, dos anjos e da virgem Maria;
Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo. 1 Timóteo 2:5,6
a palavra de deus no culto reformado
A primeira coisa que você notará em um culto reformado é o papel de destaque que as Escrituras tem na reunião. Cada pedacinho do encontro solene procura comunicar as verdades eterna da Palavra de Deus. Se você observar cuidadosamente nossas reuniões, perceberá como as letras de nossos cânticos são diferentes do que encontramos em outras reuniões evangélicas. Buscamos cantar louvores que tenham a mensagem da palavra de Deus, porque ela deve nortear tudo o que fazemos no culto. Nosso tempo para pregação é extenso e regulamos o uso dos dons espirituais para que nada ofusque o brilho da Palavra de Deus ministrada para a glória do Seu Nome.
o sacerdócio universal dos crentes no culto reformado
A segunda coisa que você notará em um culto reformado é que estimulamos cada crente a invocar individualmente ao Senhor durante a adoração. Embora tenhamos na igreja ministros e um presbitério constituído, somos todos nós ovelhas do Bom Pastor e devemos prestar a Ele o nosso culto. O trabalho dos pastores visa a edificação do corpo de Cristo, não a mediação entre o povo e Deus. Esse é um importante contraponto ao modelo católico de culto (e até o movimento evangélico atual), onde o sacerdote / pastor é colocado à parte dos demais membros, como se fosse um mediador espiritual. No culto reformado, o pastor é tão ovelha quanto os demais. Seu trabalho é apenas o de ser um despenseiro da multiforme graça de Deus, anunciando e pregando o evangelho com os dons que recebeu par isso.
a supremacia de cristo no culto reformado
A terceira coisa que você notará em um culto reformado é a supremacia de Cristo na reunião. Se você é católico apostólico romano, você terá na missa a celebração de Cristo somada com a veneração de santos, da virgem e até mesmo de relíquias. Se você é um evangélico não reformado, é possível que os cultos da igreja que você frequente sejam repletos de mistérios, revelações e outras manifestações emocionais e corporais. Ou talvez você faça parte do movimento evangélico moralista, onde as reuniões são recheadas de pregações sobre proibições e do que você precisa fazer para ser agradável a Deus.
Aqui, você perceberá que tudo o que fazemos gira em torno da obra que Cristo consumou na cruz. Para nós, Cristo é REALMENTE suficiente. Por isso, cantamos à Cristo, pregamos sobre Cristo, anunciamos a obra de Cristo e proclamamos a sua vitória na cruz do Calvário!
Sustentamos nossa posição da supremacia de Cristo à luz dos que a Escritura afirma a esse respeito! Leiamos Colossenses 1.15-20. Esse texto é um hino do NT que expressa o que os cristãos do primeiro século entendiam a respeito de Jesus Cristo. Meditem comigo! Essa passagem revela a singularidade do Cristo revelado nas Escrituras, um Cristo bem diferente do que é pregado pelo movimento evangélico, que o reduzem a um simples operador de milagres, sendo que Ele é MUITO ALÉM DISSO.
Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, Colossenses 1:15
A Bíblia afirma que Cristo é a imagem do Deus invisível. Isso significa que Ele é exatamente como Deus É. Deus, nosso Pai, é invisível e insondável, mas Ele se mostrou claramente à nós na Pessoa de Cristo! Em Cristo, Deus pode ser conhecido! Ele não é menor do que Deus ou maior do que Ele, ambos são Um. Por isso, Ele é primogênito de toda a criação, porque como Criador de tudo, Ele é anterior ao mundo que conhecemos. Jesus Cristo é Deus!
pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Colossenses 1:16
Os crentes colossenses tinham como motivo de vanglória sua adoração aos anjos e o fato de invocarem o seu favor (Cl 2.18), uma grave heresia que Paulo precisou corrigir. Por isso, ele recorda seus leitores que em Cristo foram criadas todas as coisas no céu e na terra, e que mesmo as autoridades angelicais são criaturas de Cristo. Por que uma pessoa cometeria a loucura de adorar e invocar criaturas se podemos buscar diretamente o Criador? Jesus Cristo é Criador!
Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. Colossenses 1:17
É através de Jesus Cristo que todo o universo existe e funciona harmonicamente. A humanidade desfruta de recursos naturais, do perfeito ciclo das estações, de colheitas fartas e abundantes pelo simples fato de que existe alguém assentado no trono da história e na central de comando. Em Cristo, tudo subsiste, Ele é o Autor e sustentador da vida! A Ele devemos nossa adoração! Jesus Cristo é Sustentador!
Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia. Colossenses 1:18
Em Cristo Jesus, experimentamos a realidade de uma nova raça humana. Assim como Adão é o cabeça da humanidade perdida, Cristo é o cabeça da humanidade redimida. Assim como em Adão todos caíram, em Cristo, todos os predestinados à salvação desfrutam de boa posição diante de Deus. Sendo assim, aquilo que Cristo viveu se reflete em nós: participamos dos seus sofrimentos e participaremos de sua glória! Como Ele é o Cabeça, a Ele rendemos nossa adoração e nEle encontramos perdão, provisão e segurança! Jesus Cristo é Senhor!
Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude, Colossenses 1:19
O homem mortal busca em seus ídolos algo que aplaque a sua consciência pesada e alivie o fardo de ser humano em um mundo manchado pelo pecado. Mas a Escritura afirma que foi do agrado do Pai que em Cristo habitasse toda a plenitude. Isso significa que tudo o que é necessário para a salvação de um pecador reside na vida, morte e na ressurreição de Jesus Cristo. Alguns crentes de Colossos creditavam sua salvação às obras que praticavam. Paulo corrige esse grave erro dizendo: a nossa salvação ocorre pela fé somente, mediante nossa união com Cristo Jesus. Jesus Cristo é o Único e Suficiente Salvador!
e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão no céu, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz. Colossenses 1:20
A vitória de Cristo na cruz estabeleceu a base para que homens e mulheres sejam salvos dos seus pecados pelo sangue que foi vertido no Calvário. Além disso, os efeitos dessa morte atingiram inclusive todos os agentes espirituais, de modo que todos devem se sujeitar ao Cabeça, que é Cristo. Por isso, a igreja não teme as forças do mal, não sucumbe em suas batalhas e não deixa de cumprir o propósito de Deus, porque por sua morte na cruz, Cristo colocou o universo em ordem, a fim de que o plano de Deus expresso no Pacto da Graça se concretize! É essa consciência da centralidade de Cristo no cumprimento dos propósitos divinos que conduz os eleitos a fazerem de Cristo sua religião, seu culto e sua única esperança de salvação! Jesus Cristo é o Triunfante e Soberano Senhor!
Conclusão
Como você pode perceber, a fé reformada vai muito além das cinco solas e das doutrinas da graça. Ela molda toda a nossa cosmovisão, a forma como vivemos e, principalmente, a forma como nos reunimos para adorar ao Senhor. Que a renovação do nosso entendimento espiritual nos leve a adorarmos a Deus de modo agradável a Ele, para que em cada reunião, nosso único e sincero objetivo seja o de glorificáramos o seu santo, bendito e maravilhoso nome!
ao único Deus sábio seja dada glória para todo o sempre, por meio de Jesus Cristo. Amém. Romanos 16:27
Que Ele nos ajude a o adorarmos em espírito e em verdade!
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Pastor Sérgio Fernandes
Pastor Titular da IPR